Nobre crê em título do Palmeiras até 2016
ENTREVISTA
Presidente diz que rezou para time não cair no ano passado e explica sucesso do programa de sócio-torcedor
Paulo de Almeida Nobre, 47, passou todos os tipos de dissabores em seu primeiro mandato à frente do Palmeiras e quase terminou a gestão como o presidente que deixou o time ser rebaixado pela terceira vez, justamente no ano do centenário.
Reeleito antes de escapar da degola, o cartola rapidamente conseguiu reacender o ânimo dos torcedores.
Paulo Nobre conta como alavancou o programa de sócio-torcedor Avanti, que já tem mais de 100 mil sócios --a meta era atingir essa marca no final deste ano--, e usou a paixão do palmeirense para ajudá-lo a montar um elenco que, segundo o cartola, é capaz de fazer frente a qualquer adversário. Ele projeta, inclusive, ganhar títulos durante seu mandato, até o fim de 2016 --a última conquista do clube na elite foi a Copa do Brasil-2012.
Sócio-torcedor
"No ano passado, a gente recebeu em torno de R$ 10 milhões e, neste ano, a expectativa é ganhar mais de R$ 20 milhões. É comparável a um patrocínio principal. Queremos que o valor líquido recebido chegue a R$ 25 milhões."
Importância da torcida
"O palmeirense é um consumidor por natureza. O importante é você arrumar um bom produto e que o torcedor acredite que [o valor gasto] vai ser revertido para aquilo que ele acha que é o mais importante, o futebol. O sócio-torcedor não fica feliz em gastar dinheiro, mas fica orgulhoso de ver o time indo bem. Bate no peito e fala: 'Eu tenho a minha cota de colaboração nisso.'"
Preço do ingresso
"O ingresso é caro porque o time é caro e porque eu tenho que pensar em 16 milhões de torcedores que têm de estar contentes com o time, consumindo, gerando recursos para eu manter o clube. A renda com ingressos é uma fonte tão boa quanto a televisão."
Risco da arena
"As pessoas acham linda a arena. Só que se eu não conseguir de R$ 700 mil a R$ 750 mil de renda, eu pago para jogar. É lindo ver que dá uma renda de R$ 2 milhões. Só que o dia em que der uma renda de R$ 500 mil, que no Pacaembu sobravam R$ 200 mil ou R$ 250 mil, eu terei de pagar esse mesmo valor. O custo fixo é altíssimo."
Quase rebaixado
"Não consegui assistir ao segundo tempo de Palmeiras e Atlético-PR [1 a 1, pela última rodada do Brasileiro-2014]. Fui para um canto do vestiário e fiquei rezando. Quando o jogo do Santos acabou [vitória por 1 a 0 sobre o Vitória, que salvou o time do rebaixamento] levantei e estava com a camisa molhada. Cumprimentei os jogadores, reuni o pessoal e falei: 'Em 2015, tudo será diferente, nunca mais vou passar por isso novamente.'"
Títulos
"Acredito que o Palmeiras consiga ser competitivo nos três campeonatos que disputa neste ano, com chance de ganhar. Vendo essa evolução acontecendo, é natural que entre 2015 e 2016 a gente ganhe um título. Pode ser que ganhe antes, pode ser que ganhe tudo ou um só." (ALEXANDRE DE AQUINO E LUÍS ANDRÉ ROSA)