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Novas fronteiras

Rússia, Ucrânia e China avançam sobre o mercado brasileiro e fazem grandes negociações de jogadores que atuam no país

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O eixo das principais negociações do futebol brasileiro está mudando. Milionários, mas na periferia da bola, clubes de China, Ucrânia e Rússia investem alto no Brasil.

Das dez maiores transações do futebol nacional desde 2010, metade foi com países emergentes da bola. Trata-se do Ruc [Rússia, Ucrânia e China], como é chamado o novo mercado por empresários e dirigentes brasileiros.

Em um ano, esses países gastaram mais de R$ 100 milhões em apenas cinco jogadores que atuavam nos campos do Brasil (Giuliano, Dentinho, Jucilei, Conca e André).

Até o início da crise econômica mundial de 2008, os maiores compradores em negociações isoladas no país eram os clubes do primeiro mundo da bola: Itália, Espanha, Inglaterra e Alemanha.

Maior parceiro comercial do Brasil, a China começa a investir em "pé de obra" nacional. Os jogadores do país já são maioria no futebol chinês. Nas últimas três edições do campeonato nacional local, atuaram 60 brasileiros.

Agora, o perfil está se sofisticando. Se antes eles só investiam em jogadores baratos, atualmente contam com Conca, Obina e Muriqui.

Também não contratam só brasileiros. Procuram aqueles que se destacam nos campeonatos do Brasil. Em julho, o meia argentino Conca deixou o Fluminense seduzido por R$ 2 milhões mensais. É um dos salários mais altos do mundo, apesar de o país ter pouca tradição no futebol.

Na China, o número de jogadores do Brasil é quase o triplo do de atletas da Coreia do Sul, segundo país no ranking de estrangeiros.

Já a Rússia e a Ucrânia estão um estágio acima. Bancados por bilionários locais, seus clubes já disputam torneios europeus. O Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, venceu a Copa da Uefa em 2009.

A vizinha Rússia também é financiada pelos seus magnatas, que já compraram até clubes de fora do país, como o Chelsea, da Inglaterra.

A nova força financeira por lá é o Anzhi. Com o dinheiro de Suleiman Kerimov, dono de bancos, petroleiras e minas, o time do Daguestão contratou Jucilei e Roberto Carlos, no ano passado, para jogar na fria Makhachkala.

Reduto de células terroristas islâmicas, a cidade é uma das mais perigosas da Rússia. Por isso, os jogadores moram e treinam em Moscou, a cerca de 1.500 km do clube.

Com tanto dinheiro no futebol, a Rússia e a Ucrânia entraram na rota dos grandes eventos. Nos próximo anos, os dois países vão sediar os principais torneios de seleções -a Eurocopa (Ucrânia e Polônia, em 2012) e a Copa do Mundo (Rússia, em 2018).

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