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Lúcio Ribeiro

Um filme para Scolari

Um time verde sem dinheiro, sem reforços. Num cinema perto de você, palmeirense

Em seu début oficial de 2012, o Palmeiras sofreu para vencer o Bragantino, foi pouco criativo e repetiu erros da temporada passada, segundo li nesta Folha. O filme é velho.

Sem dinheiro, sem os reforços de peso "prometidos" a Luiz Felipe Scolari, abaixo da estrutura dos outros três rivais do Estado e com um muito simbólico decalque na camisa tampando como dá o nome do antigo patrocinador, pois até isso lhe falta, o time deu anteontem a pinta de que vai depender muito de algumas coisas: ainda da bola parada de Marcos Assunção, da estabilidade emocional do chileno Valdivia, do "encaixe" do atacante argentino Hernán Barcos e da disposição para invencionices de seu tarimbado treinador.

E é aí, nessa de filme velho, que queria recomendar um novo para o Felipão se inspirar, se enxergar nele talvez. Estreia nos cinemas no dia 17 o ótimo "Moneyball", que aqui no Brasil vai se chamar "O Homem Que Virou o Jogo". É estrelado pelo galã Brad Pitt. (Se o Felipão não quiser esperar, existe sempre a internet.) O filme é sobre beisebol.

Grosso modo, no filme Brad Pitt é uma espécie de Felipão de um time de camisa verde sem dinheiro. Perdeu alguns ídolos em um time que já não tinha muitos e tenta achar meios de repô-los para a nova temporada. Senta-se à mesa com conselheiros de estilo arcaico, cujos palpites não lhe interessam.

A invencionice, no caso do filme, no caso do beisebol, foi contratar baseado em estatística. Para o lugar do ídolo vendido, foi trazido um jogador em fim de carreira, mas com uma habilidade "x" que seria útil para o esquema tático, segundo números de performance. Pelo mesmo motivo, apostou em um jogador de crônicas contusões para jogar numa posição que nem era a dele, pois queria experimentar seus dotes numa função que necessitava um ganho estatístico "y" que o atleta talvez pudesse dar.

A resenha é rasa, o filme é mais rico. É inspirado na grande campanha do Oakland Athletics em 2002 na liga americana que virou livro e filme.

Talvez o futebol não dê muita trela a números e a torcida de um time grande brasileiro não seja muito amiga de estatísticas, mas "Moneyball" pode dar um ânimo diferente a Felipão diante da situação atual. Talvez faça o técnico inverter "à Barcelona" uma tendência bem brasileira de entupir o meio com volantes limitados, para defender. Inventar o recém-chegado meia-atacante Daniel Carvalho como um camisa 5, para melhorar a saída de bola. Enfim. O "final feliz" do filme palmeirense em 2012 é Scolari e suas invencionices, que terá que construir. Na pior das hipóteses, fica a dica de "Moneyball" como excelente passatempo.

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