Análise MMA
Após queda de Belfort, José Aldo é aposta do UFC no Brasil
'Carrasco de brasileiros', Weidman se destaca pela capacidade de recuperação
Praticamente desconhecido quando surpreendeu Anderson Silva e tomou seu cinturão dos médios do UFC, o norte-americano Chris Weidman mostrou na vitória sobre o carioca Vitor Belfort, em menos de três minutos, na madrugada deste domingo (24), que se torna cada vez mais completo.
Weidman suportou um duro ataque de Belfort ao ser encurralado na grade do octógono, mas momentos depois levou Belfort ao solo e, montado sobre o brasileiro, disparou uma sequência de socos que provocou a interrupção do combate.
Impressionou a resistência aos golpes e capacidade de recuperação de Weidman, bem como sua habilidade na luta no solo, já que Belfort também conta com bom pedigree nessa categoria --foi discípulo de Carlson Gracie.
Conhecido pelos golpes explosivos nos primeiros assaltos, Belfort foi alvo, antes da luta, de questionamentos de Weidman por conta do uso de TRT, tratamento de reposição de testosterona, que foi proibido. De fato, no octógono, notou-se que o físico de Belfort estava diferente em relação ao de lutas anteriores.
Mesmo sem querer, o UFC vê Weidman construir a imagem de "carrasco de brasileiros". De suas 13 vitórias em 13 lutas, ele venceu, além de Belfort, o "Spider" duas vezes, Lyoto Machida, Demian Maia e Valdir Araújo.
Esse detalhe pode ser bem explorado na promoção de uma de suas próximas lutas, já que o expert em jiu-jitsu Ronaldo Jacaré é o segundo do ranking dos médios, e deve receber uma chance de lutar pelo cinturão em breve. Outro da categoria que poderia encará-lo é Thales Leites.
Para o mercado brasileiro, porém, teria sido melhor uma vitória de Belfort, "nome" conhecido e carismático.
Agora, resta ao UFC apostar as fichas na luta do brasileiro campeão dos penas José Aldo com o falastrão irlandês Connor McGregor, em 11 de julho, para que o manauara transcenda o esporte.
Ou seja, se torne aquela figura que "chama" o público que normalmente não acompanha a modalidade, como um dirigente do UFC confidenciou à Folha ser a ideia.
O amazonense José Aldo é visto por especialistas como o melhor do MMA atualmente, mas não tem a popularidade que tinha Anderson Silva ou poderia ter Belfort caso se tornasse campeão.