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CTs ampliam gasto público com os Jogos

2016
Municípios, Estados e União pagarão viagens e obras para viabilizar treinos de atletas estrangeiros

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

O gasto público dos Jogos do Rio-2016 se expandiu para além do município carioca por conta dos CTs (centros de treinamento). Prefeituras e Estados irão investir em reformas e viagens para receber atletas estrangeiros no período anterior ao evento.

Isto não estava previsto no orçamento olímpico do Rio de R$ 33,1 bilhões, em valor corrigido pela inflação. O montante inclui gastos dos governos federal, estadual e municipal e privados.

A lista de locais para treinamento das delegações de outros países, divulgada pelo comitê organizador da Rio-2016, inclui 98 instalações públicas, de um total de 172. São 73 cidades e 18 Estados.

Pelas regras, os donos dos locais terão de adaptá-los às requisições de federações esportivas, atender demandas das delegações e pagar pelas viagens técnicas de inspeção.

Entre as exigências, estão a instalação de saunas e banheiras de hidromassagem. Têm de pagar ainda por pelo menos quatro visitas de técnicos do comitê organizador.

Ainda podem ser feitas novas demandas. E não há garantia de que as sedes receberão os atletas: têm que ser escolhidas pelos países.

Fica a critério das sedes cobrar ou não pelo aluguel.

O municípios têm o maior peso entre os donos de instalações de treinos, com 64 no total. Outras 19 são estaduais e 15 são federais.

A Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP) disse que não deve abrir mão de cobrar por suas seis instalações. E não tem certeza sobre a vantagem de receber atletas -pode excluir locais da lista.

"Vamos discutir essa questão. Para receber os países, vai ter um custo", disse o secretário de Esporte José Luiz Ferrarezzi. "E temos que analisar se os países querem vir para São Bernardo."

A prefeitura receberá cerca de R$ 60 milhões em investimento em equipamentos esportivos, a maioria da União. Isso inclui estádio (já pronto), centros de handebol e canoagem, entre outros.

Os gastos do governo do Espírito Santo, que também são em parte federais, são de R$ 100 milhões, em um estádio estadual, e outros R$ 7 milhões para o centro olímpico.

Os equipamentos serão usados em formação de atletas em seis modalidades, como vôlei de praia e judô.

Mas serão necessárias adequações específicas para os Jogos pedidas pelo Rio-2016.

"O objetivo é inserir o Espírito Santo nos grandes eventos. Vai gerar oportunidades de negócios. Mostrar o Estado para o mundo", justificou o secretário de Esporte do Estado, Vandinho Leite.

O projeto ganhou tal importância no Espírito Santo que foi montado um comitê da Rio-2016, que já negocia com Austrália e Inglaterra.

Manaus tem uma Vila Olímpica pronta e complexa, mas que também passará por melhorias como ganhar ar-condicionado no restaurante e adaptações para os paratletas. Os custos ainda não foram estimados pelo Estado.

"É a lei do progresso. A Copa foi incentivo. O Estado tem que se modernizar", disse Aldemar Affonso, diretor da Vila Olímpica de Manaus.

Seu obstáculo é a distância e o clima, bem diferente do do Rio no inverno brasileiro.

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