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Caso cirúrgico

Aos 39, Rogério passa por artroscopia no ombro direito, mas descarta aposentadoria, e São Paulo negocia renovação de contrato do goleiro

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Era quarta-feira de manhã quando o são-paulino Rogério acordou com dores no ombro direito. Dissipava-se ali o otimismo da véspera, quando ele vislumbrava retornar aos campos em breve, apesar da contusão no local.

O incômodo não se reduziu no dia seguinte. E a quinta-feira, também com dores, lhe deu a certeza de que teria de ser submetido a uma cirurgia -artroscopia a ser realizado hoje ou amanhã.

Será provavelmente a maior inatividade do ídolo são-paulino desde que se tornou titular da equipe, na década de 90. Os médicos do clube esperam a realização da operação para fazer uma estimativa. Mas o problema costuma deixar o atleta seis meses fora de campo.

Por isso Rogério insistiu desde sábado em tentar tratar com fisioterapia e musculação o problema na estrutura que dá estabilidade ao ombro, o labarum. Por isso tentou solução diferente da proposta pelos médicos, que já queriam operá-lo.

O cuidado em relação ao jogador símbolo do clube se repetiu com a confirmação da necessidade de cirurgia. Sua contusão foi tratada como questão de Estado.

O médico do clube tricolor, José Sanchez, foi cauteloso para confirmar seu diagnóstico em favor da cirurgia.

"Havia uma possibilidade, a nosso ver pequena, da melhora clínica. [Rogério] preferiu aguardar e teve resultado positivo com tratamento conservador. Mas a evolução não foi a que o Rogério esperava. E a que nós também, não tanto quanto ele, esperávamos."

A diretoria se apressou em anunciar que quer contar com ele em 2013 e negocia a renovação de seu contrato.

"Temos convicção de que o Rogério tem muito futebol para oferecer ao São Paulo", justificou o vice de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes, ao site da agremiação. Funcionários do clube foram uníssonos em dizer que o goleiro já se mostrava disposto para a recuperação e que não estava mais chateado.

De Rogério, só uma declaração e um vídeo ao site do clube. "Esse não é o fim. Ainda temos muita coisa para escrever nesta história", disse, dirigindo-se a torcedores.

Sua afirmação dá o tom de toda a mobilização no clube para dissipar questionamentos sobre a continuidade da carreira do jogador.

Com 39 anos, ele sofre a segunda contusão grave. A primeira foi a fratura no tornozelo em 2009 que o deixou fora por quatro meses.

Desta vez, o afastamento do gramado pode ser por quase oito meses, contabilizados suas férias e o período em que postergou a cirurgia, que durou pouco mais de dez dias.

O médico tricolor explicou que a contusão não afetará a sequência da carreira do goleiro, apesar de sua idade. Mas admitiu que a lesão é fruto dos muitos treinamentos durante a carreira. "O corpo está cobrando", analisou.

Resta saber quanto tempo mais Rogério vai poder pagar.

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