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Ribeirão revê hoje Come-Fogo na elite do Paulista depois de quase 26 anos

Quem tem menos de 30 anos dificilmente se lembra, mas sabe que Comercial e Botafogo já fizeram do Come-Fogo um festejado clássico da elite do futebol paulista.

Toda uma geração de torcedores de Ribeirão Preto e região terá hoje, às 19h30, a oportunidade de ver os dois times da cidade se enfrentando na primeira divisão após uma lacuna de quase 26 anos.

Foi em julho de 1986 que Ribeirão assistiu ao último Come-Fogo da elite. Nesses 25 aos e meio, os dois clubes se perderam em crises, perda de patrimônio, rebaixamentos e, consequentemente, na falta de apelo à população.

O jogo de hoje é válido pelo Campeonato Paulista, competição da qual o Comercial esteve ausente justamente desde 1986. Altos e baixos do Botafogo também impediram que o Come-Fogo, nesse período, saísse da escuridão de torneios pouco chamativos e divisões inferiores.

No duelo de hoje, boa parte dos atletas -e provavelmente dos torcedores- nem sequer era nascido em 1986. Naquela partida, um empate em 0 a 0, o ribeirão-pretano Raí estava em campo.

"O Come-Fogo mobilizava a cidade toda. Era motivo de orgulho e esperança. E levava o nome da cidade para outras regiões", disse à Folha o ídolo do São Paulo, que começou no mesmo Botafogo do irmão. "Lembro de muitos Come-Fogo. Como torcedor, me recordo daquele time do Sócrates [Botafogo da década de 70], que fazia chover."

A partida de hoje não terá nenhum jogador com o gabarito de Sócrates ou Raí e, dificilmente, aquela multidão que lotava arenas da cidade. O Botafogo, mandante, está otimista: espera pelo menos 15 mil torcedores. São quase 30 mil ingressos à venda.

Não foi à toa que a federação escalou o Come-Fogo para a terceira rodada. A chance de ter um bom público é maior no início, antes que se corra o risco de haver uma crise em um ou nos dois times, o que esvaziaria o clássico.

Desde aquele jogo de 1986, Comercial e Botafogo se enfrentaram 34 vezes. Provavelmente em nenhum desses jogos houve tanta empolgação.

A atmosfera gerada preocupou a polícia, que armou forte esquema de segurança, com reuniões entre torcidas organizadas. Os presidentes dos clubes trocaram farpas.

"Eu não joguei o Come-Fogo, mas sempre foi o maior acontecimento da região. E espero que volte a sê-lo", diz Emerson Leão, ribeirão-pretano, ex-Comercial, hoje técnico do São Paulo. "A rivalidade não morreu, estava apenas adormecida." (LUCAS REIS)

NA TV
Botafogo x Comercial
19h30 Sportv