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Djokovic x Nadal é teste de paciência

TÊNIS
Pontos da final épica na Austrália duram quase um minuto, muito mais que o de outros duelos famosos

Barbara Walton/Efe
Djokovic posa com troféu de campeão do Aberto da Austrália em Melbourne
Djokovic posa com troféu de campeão do Aberto da Austrália em Melbourne

DE SÃO PAULO

Mais longa final de Grand Slam da história, a decisão do Aberto da Austrália alcançou esse patamar por causa do alto nível de disputa e, em menor grau, do estilo dos dois postulantes ao título.

O sérvio Novak Djokovic e o espanhol Rafael Nadal precisaram de cinco horas e 53 minutos para definir o campeão do Grand Slam.

"Foi certamente o maior jogo que já disputei", afirmou Djokovic. "O jogo poderia ir para um lado ou outro e durou quase seis horas", completou o número um do mundo, que, na semifinal, na sexta, ficou quase cinco horas em quadra para derrotar o britânico Andy Murray.

Comparação com partidas de cinco sets de outras épocas, envolvendo também tenistas top, mostra que anteontem não houve um aumento absurdo no número de pontos disputados.

O que mudou foi o tempo em que eles foram definidos.

Na final em Melbourne, foram 369 pontos disputados entre Djokovic e Nadal, com uma duração média de 57 segundos para cada um.

Alguns ralis chegaram a ter mais de 30 trocas de bolas e deixavam os dois exaustos.

"Naquele ponto, só pensava em conseguir um pouco de fôlego e me recuperar para o próximo ponto", comentou Djokovic, sobre o que sentiu quando ficou deitado após perder um lance no final do jogo, após 31 trocas de bola.

No mesmo Aberto da Austrália, na semifinal de 2000, os americanos Andre Agassi e Pete Sampras também protagonizaram um partida memorável de cinco sets.

Mas Agassi precisou de apenas duas horas e 55 minutos para vencer, média de 34 segundos por ponto, pouco mais da metade do tempo cravado na final de 2012.

Mesmo no saibro, superfície "mais lenta", na qual os pontos costumam exigir mais paciência dos tenistas para serem atingidos, é difícil encontrar partida tão disputada como a de Melbourne.

Em Roland Garros, em 2000, Gustavo Kuerten enfrentou o russo Ievguêni Kafelnikov na semifinal.

Eles duelaram por cinco sets, divididos em três horas e 19 minutos. Cada ponto durou em média 40 segundos.

Em uma época distante e em um tipo bem diferente de quadra, o carpete coberto, o alemão Boris Becker e o sueco Stefan Edberg também levaram menos tempo para definir os pontos: 41 segundos.

Becker e Edberg eram famosos pelo estilo saque e voleio, em que os pontos são decididos rapidamente.

Bem diferente dos finalistas do Aberto da Austrália de 2012. Tanto o sérvio quanto o espanhol sobem pouco à rede, baseando seus jogos do fundo da quadra e com paciência para definir os pontos.

Além disso, Djokovic e Nadal são conhecidos por gastar muito mais do que os 20 segundos regulamentares para sacar. O árbitro Pascal Maria, anteontem, chegou a fazer advertência verbal por causa da demora no saque.

O fechamento do teto retrátil no fim do quarto set também serviu para engordar as estatísticas, já que a decisão não foi interrompida.

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