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Mau futebol pode quebrar contrato

PALMEIRAS
Cláusula prevê fim de patrocínio caso empresa não tenha retorno planejado

LUCAS REIS
VENCESLAU BORLINA FILHO
DE SÃO PAULO

O Palmeiras celebrou ontem seu acordo com a sul-coreana Kia Motors, que vai desembolsar aproximadamente R$ 74 milhões para ocupar o principal espaço na camisa alviverde por três anos.

No entanto, tropeços dentro de campo ou crises fora dele, como as que ocorreram no ano passado, podem interromper o vínculo, segundo apurou a Folha com pessoas diretamente ligadas às duas partes do negócio.

Há uma cláusula no contrato entre clube e empresa que prevê que em todo mês de setembro haverá uma reunião das partes. Caso a Kia considere que o patrocínio não esteja dando o retorno previsto, independentemente da razão, ela poderá interromper o acordo.

A chamada cláusula de avaliação não detalha, por exemplo, que tipo de episódio -rebaixamento à segunda divisão ou eliminação de torneio- seria motivo para a revisão contratual.

Segundo apurou a reportagem, a cláusula será sempre discutida verbalmente, em um "acordo de cavalheiros".

O contrato de patrocínio é, portanto, de um ano, que pode ser renovado por mais um ano e, depois, mais um, no total de três temporadas.

Ontem, durante apresentação do uniforme, que estreará no clássico de domingo contra o Santos, o presidente Arnaldo Tirone afirmou que o time terá de mostrar resultados em campo, vide o investimento que a empresa sul-coreana fará no clube.

"Os valores podem aumentar de acordo com o desempenho do time", declarou.

Mais tarde, a reportagem perguntou ao presidente da Kia, José Luiz Gandini, sobre a cláusula de desempenho do time. O executivo desconversou e disse que a parceria independe dos resultados da equipe dentro de campo.

Durante a entrevista coletiva, ao lado do técnico Luiz Felipe Scolari, Gandini brincou. "Já patrocinamos a Copa do Brasil, esperamos ver o Palmeiras campeão dela", disse o presidente da empresa. Scolari fez careta e sorriu.

O treinador e o presidente palmeirense poderão usar automóveis da empresa durante a vigência do contrato. Scolari faz parte do contrato: sua camisa e seu boné também estamparão a marca asiática.

Gandini disse que está otimista com a nova parceria. O capital investido será todo nacional. E afirmou que, por enquanto, a empresa se concentrará na publicidade da camisa. Mas não descartou, em um futuro próximo, investir em outros segmentos.

"Foi tudo muito rápido, fechamos o contrato em três dias. No futuro, podemos estender a parceria. Vamos pensar em ações, podemos ajudar com novos jogadores e planos de ações para o centenário do clube [em 2014]."

A Fiat, que deixou o Palmeiras, pagava cerca de R$ 17,3 milhões por temporada.

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