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Luxemburgo diz ter sido 'fritado'

FLAMENGO
Ex-treinador afirma que sua relação com Ronaldinho é somente profissional

ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Um dia após ser demitido pelo Flamengo, o técnico Vanderlei Luxemburgo afirmou que foi "fritado" pela direção do clube. Para ele, os resultados foram alcançados.

"Fui demitido por problemas que não pertencem ao futebol. No ano passado, mudei, procurei ser tolerante e, talvez, fechando os olhos para algum comportamento inadequado profissionalmente."

A tolerância surgiu, segundo o treinador, após processo de "reciclagem" pelo qual diz ter passado depois de treinar o Atlético-MG. "Fiz uma reciclagem importante na minha vida, para entender as coisas que estavam acontecendo no futebol. Como a mudança da Lei Pelé, a vulnerabilidade do clube, do técnico em função da lei e o poder de jogadores e empresários."

Luxemburgo afirmou que mudou de comportamento porque tinha como objetivo colocar o Flamengo na Libertadores, mas que não teve o respaldo da diretoria. E disse ter sido "fritado" por ela.

"Nunca vi uma fritura tão forte, tão bem direcionada, como sofri nesse período. Foi um dos processos mais feios de que participei na minha vida profissional", declarou.

O técnico disse que previa a demissão desde a pré-temporada. Colocando-se ao lado do ídolo Zico -que deixou o cargo de diretor técnico em 2010 após críticas-, afirmou que o time não pode "desgastar tantos rubro-negros ilustres por falta de decisão".

Luxemburgo falou também que tem uma relação apenas profissional com Ronaldinho.

No início da temporada, o camisa 10 não treinou pela manhã por duas vezes argumentando insônia. Na pré-temporada, o técnico flagrou o jogador com uma mulher na concentração. Pediu o afastamento do atleta, mas não foi atendido pela direção.

"Não tenho que jantar e almoçar com jogador. Não quero o Ronaldinho para casar com a minha filha. Quero para jogar futebol. No ano passado, cedi em algumas coisas que não eram cabíveis no futebol, em função do objetivo do Flamengo. Neste ano não podia ser como era [antes]."

O treinador afirmou que a presidente do clube, Patrícia Amorim, está "sozinha", "vulnerável" e "sem amparo". Disse que ela não foi leal ao demiti-lo e rejeita a declaração dela de que houve desgaste com o elenco.

"O desgaste faz parte do futebol. Venci dessa forma, com desgaste com atletas de alto nível", disse Luxemburgo, que pretende continuar como técnico e usando seus ternos, coisa que não fazia enquanto comandou o Flamengo. "Os ternos podem voltar."

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