América carioca

Nunca houve tantos times cariocas numa mesma edição da Taça Libertadores como há em 2012. Flamengo, Fluminense e Vasco têm a chance de melhorar o retrospecto do Estado na maior competição de clubes do continente.

Os outros representantes do Brasil serão Corinthians, Santos e Internacional.

Dos Estados que já ganharam a Libertadores, o Rio é o que tem menos tradição: só dois títulos, em 28 participações. O Flamengo de 1981 e o Vasco de 1998 são as exceções numa história de insucessos.

Fluminense (que tem um vice-campeonato), Botafogo e Bangu são os outros times do Estado que já disputaram a competição continental.

O trio carioca deste ano investiu como nunca. Ainda que lidem com salários atrasados, ameaças de greve, falta de estrutura e crises internas, os times do Rio gastam.

O Flamengo acaba de comprar Vagner Love por R$ 24 milhões. E se comprometeu a pagar os R$ 4,5 milhões que deve a Ronaldinho. Em busca de traquejo internacional para sua fraca zaga, o time agora treinado por Joel Santana comprou Marcos González, da Universidad de Chile.

O Vasco manteve a base do ano passado, com a qual ganhou a Copa do Brasil e foi vice do Brasileiro. O time tem a experiência de Juninho e Felipe, campeões em 1998, e se reforçou com o zagueiro Rodolfo, o meia argentino Abelarias e o lateral esquerdo Thiago Feltri. Cristóvão Borges continua a ser o treinador -Ricardo Gomes está afastado por motivos de saúde.

O Fluminense, que bateu na trave em 2008 (perdeu a final para a LDU nos pênaltis), pagou caro para ter novamente Thiago Neves, repatriou o meia Wagner e manteve seu ataque cheio de opções -Fred, Rafael Moura, Rafael Sobis e Araújo, entre outros menos badalados.

No banco, tem Abel Braga, que levou o Internacional a ganhar seu primeiro título da Libertadores, em 2006.

O Rio Grande do Sul, Estado mais copeiro do Brasil, só tem o Inter como representante. Os colorados apostam alto em jogadores argentinos para tentar conquistar o terceiro título do torneio.

Para repetir 2006 e 2010, o técnico Dorival Júnior arma o time apoiado em Guiñazu, Dátolo e D'Alessandro, cercados de jovens promissores como Oscar e Leandro Damião, além de veteranos como Bolívar, Índio e Kléber.

São Paulo, disparado o Estado brasileiro com mais participações (59) e títulos (sete) na Libertadores, tem neste ano o atual campeão Santos e o sempre esperançoso Corinthians, em busca da primeira volta olímpica.

O Santos segurou Neymar e Ganso e ofereceu ao técnico Muricy Ramalho a mesma base que triunfou em 2011.

O Corinthians faz de tudo para evitar o clima de obrigação e obsessão que tanto o prejudicou nos últimos anos.

O técnico Tite não perdeu nenhum jogador relevante da equipe que conquistou o Brasileiro de 2011 e conseguiu reforços, como o atacante Elton e o meia Douglas.