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Sabatina Andres Sanchez

Eu já teria vendido o Neymar na primeira oferta

Presidente licenciado do Corinthians e diretor da CBF diz que ganha R$ 75 mil por mês e que não põe a mão no fogo pelo chefe

DE SÃO PAULO

O presidente licenciado do Corinthians e diretor de seleções da CBF, Andres Sanchez, afirmou ontem que "não põe a mão no fogo" por Ricardo Teixeira, de quem é aliado, amigo e funcionário.

"Não ponho a mão no fogo por ninguém. Nem por mim", declarou Andres. "As pessoas têm que saber aquilo que fazem. Se você cometer o erro, tem que ser punido."

O cartola participou ontem da sabatina Folha/UOL, no Teatro Folha, em São Paulo.

Andres foi entrevistado por José Henrique Mariante, editor do caderno "Esporte", pela colunista Mônica Bergamo, por Eduardo Scolese, secretário-assistente de redação do jornal, e pelo blogueiro Ricardo Perrone, do UOL. A seguir, trechos da conversa.

Mano Menezes
Ele ainda não tem um time, e falei isso para ele. Mas eu não gosto de demitir técnico.

O trabalho na CBF
Convocação é com a comissão técnica, eu só interfiro se houver problema disciplinar. É como se fosse um vice-presidente de futebol do clube. Ganho R$ 75 mil por mês, como todo diretor da CBF.

Conflito de interesses
Alguns vão insinuar, mas convivo com isso. Sou ligado ao Corinthians, sempre vou ser. Como o Del Nero [presidente da Federação Paulista de Futebol] é palmeirense, o Ricardo Teixeira é flamenguista, o presidente da federação gaúcha é colorado. Querem me dar um poder que não tenho. Se for assim, tem que fechar a CBF.

Continuísmo
No Corinthians, a minha diretoria fez projeto para dez anos. A cada dois, três anos, muda-se o presidente. Numa federação ou confederação, o prazo pode ser maior. Não pode ficar 25, 30 anos. Quero acreditar que ele [Teixeira] sai da CBF em 2015.

Sucessor de Teixeira
Não trabalho para isso. Tem gente na minha frente. Meu cargo pode ser uma ponte para a presidência se eu for bem. Mas se eu for mal..

Teixeira e a ISL
Não ponho a mão no fogo por ninguém. Nem por mim. As pessoas têm que saber o que fazem. Se cometer o erro, tem que ser punido. Ninguém prova nada contra ele.

Reformulação da CBF
De tanto criticarem, ele [Ricardo Teixeira] está mudando. Mas sou criticado, o Ronaldo é criticado. Vou fazer o que toca meu cargo, mas não aceito ser bucha de canhão de ninguém.

Relação entre Dilma e CBF
Tem que perguntar para ela. Na CBF, não tem problema. Mas o Lula era corintiano, gostava mais de futebol, [tinha] mais participação.

Lula e o Itaquerão
Ele é conselheiro do Corinthians, vitalício, amigo, deu opiniões. Querem insinuar que ele mandou a Odebrecht fazer o estádio, isso não existe. Só falei com ele quando o preço ia passar de R$ 1 bilhão, aí refizeram as contas e voltaram a R$ 820 milhões.

Nome no estádio
Estamos negociando com sete empresas. Depois que o próximo presidente assumir, divulgamos em, no máximo, 30 ou 40 dias.

Lula torcedor
Ele "cornetava" bastante. Às vezes eu deixava de atender. Ultimamente ele liga menos, até pelo problema que está passando, que vai superar. Pegou no pé do Ronaldo.

Aspiração política
Sou filiado ao PT há muitos anos, mas jamais terei cargo público nenhum.

Concentração
Quando ganha, é maravilha. Não pode ser como foi a do Dunga nem tão aberta. Sou contra concentração. Culto religioso, cada um faz como quer, no seu quarto.

Relação com jogadores
Não tem problema nenhum, não interfere no meu trabalho. Se tiver que cobrar, mandar embora, vou fazer. Todo jogador vai à balada, a maioria bebe e fuma. Uns correm, e outros não.

Modelo Barcelona
O Barcelona tem mais de cem anos e agora tem essa geração. Que modelo é esse? Levar cara da Argentina com 13 anos, comprar a família? Se o Barcelona vender o Camp Nou, não paga a dívida.

Neymar
O Luis Alvaro está de parabéns, por tê-lo segurado no Brasil. Eu teria vendido na primeira oferta. Não sei se o jogador vai estourar, se vai quebrar a perna, se a mulher vai trair e ele vai ficar louco.

Preconceito
A que mais me machucou foi a do Juvenal ["O problema do Andres é o mobral inconcluso"]. Faz falta não ter feito curso universitário. Tenho que conviver com isso. O que me entristece é quando me chamam de baixo clero, porque quem escreve essas coisas é inteligente.

Intolerância
Não tenho problema com crítica, mas não gosto quando são pejorativas e pessoais. Quando dizem que fumo ou bebo ou vou para a balada.

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