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Juca Kfouri

Na boca da urna

Um pequeno colégio eleitoral decidirá quem governará o mais popular time de São Paulo

CAMPEÃO BRASILEIRO, em fase avançada da construção de seu estádio, agora com um moderno centro de treinamentos e de recuperação, maior faturamento entre os clubes brasileiros, dívida consolidada e menor que o faturamento anual, reeleição proibida pelo novo estatuto, o Corinthians terá novo presidente neste sábado.

Se a alguém parecer que o parágrafo acima é propaganda da chapa de situação, se engana redondamente. Mas poderia mesmo ser, embora não passe da verdade dos fatos.

Como se chegou a isso é uma outra conversa entre os que acham que só importam os fins, e os meios que se danem, e entre os que pensam o inverso.

Mas ainda é fato que a chance da oposição (repleta também de pessoas de ficha suja), cuja plataforma pouco acrescenta à potência instalada neste Corinthians atual, se resume a uma eleição de participação ridícula na casa de, no máximo, 4.000 dos 11.500 associados com direito a voto. Fosse feita com a participação do torcedor corintiano, e a vitória da situação seria esmagadora.

Só que, em 1984, deu-se o mesmo. A massa estava com a Democracia Corinthiana, mas a eleição redundou na vitória de um cartola em vias de ser embalsamado.

Não que seja essa a condição do afável empresário Paulo Garcia, herdeiro da Kalunga, esclareça-se enfaticamente.

Pela situação, o comedido delegado Mario Gobbi, que prometeu dedicação exclusiva ao clube e que tem como seu vice o economista Luis Paulo Rosenberg, um dos maiores responsáveis, senão o maior, pelo ótimo momento alvinegro.

Que não caminhou para dar voz ao corintiano das ruas, aquele que não está nem aí para as piscinas, quadras de tênis, bocha, salão de festas e restaurantes, mas canta e chora com o futebol.

Sim, porque é possível que entre os eleitores haja torcedores de outros clubes que moram perto do Parque São Jorge.

Mas este colunista não pode reclamar. Porque sócio benemérito desde os tempos da Democracia Corinthiana, quando votou e perdeu, nunca mais apareceu, como não votará agora, para continuar apenas fiscalizando, sem problemas de consciência. O que é tido como inaceitável por muita gente boa. Paciência! Como diria Vicente Matheus, que Andres Sanchez, o presidente que vai embora vitorioso faz lembrar muitas vezes, "quem sai na chuva é para se queimar".

blogdojuca@uol.com.br

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