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Tribunal vê sobrepreço em arena

2014
Auditoria indica superfaturamento de R$ 10,7 milhões nos custos do estádio de Brasília

FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

Uma auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal encontrou compras acima do valor de mercado, pagamentos de direitos trabalhistas além do previsto e aluguéis desnecessários que resultaram num superfaturamento de R$ 10,7 milhões no estádio de Brasília para a Copa-2014.

O plenário deu prazo até março para o governo se explicar. A auditoria encontrou ainda diversos itens que, juntos, poderiam economizar R$ 3,1 milhões se fossem utilizados conforme a recomendação do tribunal.

Um dos exemplos é o uso de geradores de energia e de gruas, que poderiam ser pagos somente quando utilizados, em vez de considerá-los como permanente.

"O grupo gerador, mesmo não sendo utilizado, está sendo pago a cada m³ de concreto produzido e aplicado, pois consta como insumo nessas composições", diz o relatório. "É mais razoável retirar esses equipamentos atípicos das composições e remunerá-los pela efetiva utilização."

Segundo o relatório, os trabalhadores ganham passagens de ônibus acima do valor para o trecho até o estádio, o que eleva o preço em R$ 2,5 milhões.

Outro ponto questionado é o custo dos encargos trabalhistas, previstos em 75,4% da folha, mas que, na prática, estava tendo custo de 122,32%. O prejuízo estimado é de R$ 3 milhões.

Há ainda o uso de aço de forma inadequada, o que poderia poupar R$ 2,1 milhões.

O relatório é da mesma equipe técnica que, em 2011, recomendou ao governo atualizar os preços de alguns itens da obra, gerando economia de R$ 25 milhões.

A obra está orçada em R$ 671 milhões e deve passar de R$ 800 milhões por conta da cobertura do estádio. O Mané Garrincha está com 50% da obra concluída e inauguração marcada para 31 de dezembro, com 71 mil lugares.

OUTRO LADO

O governo do DF diz que cumprirá todas as exigências do tribunal e entregará as explicações até março.

"Não há valor de sobrepreço nas medições.Quanto ao uso do aço na obra, seguimos rigorosamente as recomendações do projeto e das normas técnicas", diz o governo.

O governo do DF afirma que corrigiu em 2011 os itens idênticos com preços diferentes e que não houve "medições indevidas". Com isso, segundo o governo, não haverá o prejuízo à obra.

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