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Xico Sá TOC do Corinthians A obsessão está estampada no rosto de cada jogador e de todos do bando de loucos Amigo torcedor, amigo secador, obsessão, como a própria palavra grita, não tem cura. Não é um discurso ensaiado e a frieza de um treinamento de mídia que irão livrar os mosqueteiros da fissura chamada Libertadores da América. É o verdadeiro TOC -transtorno obsessivo corintiano. O melhor a se fazer, caro alvinegro, é enfrentar o torneio com a obsessão de um serial killer, com a firmeza de um gavião que verticaliza o voo para dar o bote em uma presa em terra firme. Sem obsessão um sujeito não vai a lugar nenhum. Sem obsessão, tio Nelson, um corintiano não faz sequer uma baldeação no Tatuapé. Vale para o boleiro, vale para o fanático que mais uma vez irá enfrentar uma horda de secadores. A corrente do agouro e da gozação, aliás, já rola solta nas redes sociais e nos botequins. Parque São Jorge agora é chamado de "Parkison Jorge" -segundo os detratores, por causa da tremedeira do time paulista. Não adianta nem tentar se livrar da obsessão, amigo, ela é um traço do corintianismo. Não tem papo de cartola que tire isso da cabeça. O fantasma do Tolima já era. A obsessão está renovadíssima e estampada no rosto de cada jogador e de todos os fundamentalistas do bando de loucos. A cabeça está na estreia do torneio que virou um tabu centenário. Até as sobrancelhas do professor Tite denunciam o desejo que esse momento chegue logo. O bom menino Júlio César não tomaria jamais aquele gol do empate do Mogi Mirim se o pensamento não estivesse também voltado à conquista da América. Para um corintiano, a obsessão da Libertadores começa ainda no útero. O Marivaldo, por exemplo, sonha todas as noites com o título. Acorda resfolegante, em Parada de Taipas, como estivesse disputando uma partida, com o seu time, na altitude boliviana. É um obsessivo assumido. Nada tira essa obsessão da cabeça de um corintiano. Nem mesmo aquela máquina moderna que extirpa o passado sofrido de um casal no filme "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembrança". Na condição de secador-mor do país, meu estimado corvo Edgar, desaparecido desde novembro, volta à coluna e também se põe obsessivo. A Libertadores é sua taça predileta. Assumiu, de cara, o atentado uruguaio que tirou o Vasco do prumo logo na estreia na colina. Agouro é com ele mesmo. O corvo acredita que dá Corinthians. Estaria falando sério ou apenas em mais uma trapaça lazarenta? É suspense digno do mestre Hitchcock. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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