Motor

O tudo, o nada e uma nova vida aos 40 anos

"Quem me conhece percebe nos meus olhos que a vontade existe. É só misto, é misto com Indy... É tudo, é nada..."

Filosófico, Barrichello foi à Bandeirantes no meio da semana falar sobre suas negociações para correr na Indy.

Quase tudo conspira para que aconteça. Aos 39, rico e depois de 19 temporadas na F-1, ele não deve ter problemas para levantar os US$ 3 milhões que a equipe KV pede.

(É pouco mais de um terço do que a Williams buscava, e lá ele bateu na trave.)

Outro ponto favorável está na própria entrevista para a Band. Emblemática. A animação era quase palpável. Parece claro que a força da TV não será só afetiva...

A emissora, promotora da categoria no Brasil, acredita que o veterano significará audiência, até pela curiosidade daqueles que vão querer conferir como ele se sairá.

Mais: Barrichello tem uma casa em Orlando, adora os EUA, está sempre no pedaço.

A única ressalva é familiar.

A mulher, Silvana, não gostaria de vê-lo em ovais.

Daí ele cogitar correr apenas nos mistos. Seria um revés nas pretensões de buscar o título, mas nada tão decisivo: das 15 etapas, só quatro serão em ovais. Se ele encarar Indianápolis, fará 12 provas.

Será uma surpresa, portanto, se Barrichello não alinhar em St. Pete no 25 de março.

Para quem gosta de automobilismo, vai ser bacana. Desde Mansell, a Indy não recebe um nome tão importante da F-1.

E as chances do brasileiro serão boas: todos os outros estarão, como ele, conhecendo o novo carro.

Mas Barrichello está certo de aceitar esse desafio, às vésperas dos 40 anos?

Na Indy, ele vai curtir, vai se divertir. Vai, depois de muito tempo, ser feliz atrás de um volante. Vai buscar o que não teve na F-1. Vai, talvez, resolver uma questão consigo mesmo.

Por que não?

F-1
DUREZA-1
Dos três dias de testes até agora, dois foram liderados por um carro de 2011, a mediana Mercedes W02. Na quarta, com Schumacher. Ontem, com Nico, que colocou 0s6 no segundo colocado, Grosjean, com a Lotus. Um indicativo do longo caminho que os modelos de 2012 têm pela frente até a abertura do Mundial, dia 18 de março, em Melbourne.

F-1
DUREZA-2
A notícia da pré-temporada, até agora, não foram os horrendos degraus no bico, a volta de Raikkonen ou a estreia de Bruno na Williams. Foi o pessimismo ferrarista. Massa, que testou dois dias, disse que "às vezes você não vê o resultado que esperava". Pat Fry, diretor técnico, foi além: "Não estou feliz com o que temos no momento". Xiiii...