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Dirigente faz empréstimo para seleção poder jogar

Badminton Multas por falhas da confederação impediam atletas de competir

MARCEL MERGUIZO
DE SÃO PAULO

Um "amante do esporte" pagou R$ 5.820 à BWF (Federação Mundial de Badminton) por 18 multas que impossibilitam sete atletas da seleção brasileira de jogar competições internacionais.

O interventor da CBBd (Confederação Brasileira de Badminton), Alexandre Sampaio, disse à Folha que ele as pagaria, mas "alguém que prefere o anonimato" fez o empréstimo, anteontem, "como se fosse um 'paitrocínio'".

As taxas pendentes são em razão da ausência de atletas (W.O.) em duas competições no exterior em maio e julho.

Como a CBBd -sem presidente desde maio- não cancelou as inscrições a tempo, foi multada. Como não pagou as multas até o fim de janeiro, os brasileiros estão impedidos de competir no exterior.

A CBBd tinha até a próxima semana para pagar a conta na BWF ou os brasileiros não poderiam se inscrever na disputa da Thomas & Uber Cup, principal torneio entre nações da modalidade, entre 17 e 19 deste mês, nos EUA.

Sem patrocínio e sem poder usar a verba da Lei Piva (R$ 1,5 milhão anual), a decisão do advogado Alexandre Sampaio, interventor na CBBd desde agosto, foi fazer um contrato de mútuo.

Ou seja, emprestaria o valor exato como pessoa física à pessoa jurídica (CBBd), que ele mesmo dirige. Isso até o surgimento desse terceiro.

"Não posso pegar o dinheiro da Lei Piva para pagar multa. Então restou o empréstimo. Precisava pagar pois o dinheiro demora dois ou três dias para chegar à Malásia [sede da BWF]. Não tinha verba própria", diz Sampaio.

Antes de cogitar o empréstimo, o interventor negociou com a BWF o desbloqueio de Daniel Paiola, medalha de bronze no Pan de Guadalajara e brasileiro com maior chance de classificação para a Olimpíada de Londres.

"Foi bem chorado. Com a promessa de pagar as multas", lembra. Com o desbloqueio, Paiola disputou um torneio em Uganda.

Os atletas bloqueados são Yasmin Cury, Fabiana da Silva, Luana Vicente, Lohaynny Vicente, Hugo Arthuso, Alex Tjong e Luis dos Santos.

O valor total das multas (24 em sete torneios) chegou a R$ 7.160 (contabilizando impostos e taxas). Sampaio disse que ele mesmo já havia pago R$ 1.340 referentes ao período em que era o interventor. As outras eram dos quase três meses em que a CBBd teve como interventor Manoel Gori.

Nove das 18 multas do período de Sampaio, porém, a CBBd vai cobrar de 13 atletas e clubes, pois estes não cancelaram a inscrição do torneio internacional realizado em São Paulo, em setembro.

Segundo Sampaio, a CBBd não deve pagar multas de um torneio realizado no país.

"Espero receber dos atletas, ou vou impedi-los de jogar campeonatos nacionais".

Nenhum dos sete atletas da seleção vai ser cobrado pelas multas internacionais.

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