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Phelps cria efeito da altitude em sua cama

NATAÇÃO
Norte-americano dorme em tenda com ar rarefeito há um ano para melhorar seu rendimento

MARIANA LAJOLO
EDITORA-ASSISTENTE DE ESPORTE

Michael Phelps sempre se beneficiou dos treinamentos realizados na altitude. Via os efeitos em seus resultados nas piscinas e sentia seu corpo se recuperar mais rapidamente do desgaste causado por sua extenuante rotina.

No último ano, o maior medalhista da história da natação decidiu levar esses benefícios para o quarto de sua casa, em Baltimore, a cerca de 150 m acima do nível do mar.

O nadador norte-americano revelou na semana passada que passa todas as noites, há um ano, em uma câmara hipobárica, que simula as condições do ar na altitude.

"Tenho dormido a 8.000 pés [2.440 m de altitude] todas as noites", afirmou.

"[Recuperar-se rapidamente] é algo importante para mim agora, sendo mais velho. Não me recupero tão rápido como antes. O único problema [de dormir na tenda] é ver TV. Fica tudo embaçado", completou Phelps, 26, em evento de um patrocinador.

Na tenda, que é feita de material plástico e pode ser armada sobre a cama, o ar tem nível mais baixo de oxigênio, simulando o que ocorre na altitude. No corpo, isso leva à maior produção de glóbulos vermelhos, que carregam o gás para os músculos.

Atletas e treinadores costumam se beneficiar desse fenômeno indo para locais altos para períodos de treino, como acaba de fazer a equipe de Cesar Cielo no México.

O nadador e seus companheiros passaram cerca de duas semanas na altitude. Nesse fim de semana, disputam o GP do Missouri, nos EUA, primeiro teste do ano.

"Foram semanas de muita dor, com pouco oxigênio e muita comida de hospital", brincou o nadador brasileiro.

Phelps está mais exposto ao efeito da mudança de altitude do que atletas que fazem treinos esporádicos. Mas não deve levar grande vantagem.

"O efeito [de dormir na tenda] não é muito intenso, faz uma pequena diferença, mas que deve contar para o atleta de alto nível. Ajuda o atleta a ter melhor aproveitamento do oxigênio", afirma Adriano Marques Almeida, médico ortopedista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

No Brasil, o uso de tendas como a de Phelps é restrito ao treinamento da aviação. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, elas não são usadas para fins médicos.

"O uso desses equipamentos tem de ser feito com orientação médica, não são como eletrodomésticos", alerta Mariza D'Agostino, médica intensivista e hiperbarista do Grupo Oxigênio Hiperbárico e do Hospital 9 de julho.

"Algumas técnicas que são aplicadas ao atleta não são à população em geral porque eles têm uma condição física superior de treinamento."

Com as agências de notícias

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