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Pela raiz

Fifa determina que grama da Copa-14 terá de ser plantada nos estádios, o que interfere no cronograma de reformas

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ, BRASÍLIA E MANAUS

Os gramados da Copa-2014 serão plantados no próprio solo dos estádios. Não poderão ser utilizadas placas ou módulos de grama, como ocorreu na África do Sul.

A determinação vai obrigar as arenas a deixar livres os espaços para os campos seis meses antes do Mundial.

Isso deve afetar métodos e cronogramas das obras em algumas cidades-sede do evento. Com o uso de placas, só seria necessário um mês.

A decisão de só aceitar gramas enraizadas foi tomada pela Fifa no final de 2011.

Houve questionamentos por causa dos prejuízos às obras, o que deixou a questão em suspenso. Mas, na semana passada, houve nova rodada de negociações e reuniões com as sedes que selaram a forma de plantio.

Para minimizar os atrasos, a Fifa permitiu que as cidades utilizem gramas em placas durante a Copa das Confederações, em 2013.

Sem essa medida, seria impossível para Recife e Rio de deixarem seus estádios prontos com a grama ideal. As duas arenas têm cronogramas mais apertados para a competição do próximo ano.

"Então, poderemos usar as placas e, depois, trocaremos o gramado. A Fifa já indicou consultores técnicos. E agora, a Odebrecht [construtora] vai analisar os prazos para ver a melhor opção", disse Ricardo Leitão, secretário especial da Copa de Pernambuco.

A troca de grama representará um gasto extra. Em média, um gramado enraizado custa R$ 4 milhões.

Depois da Copa das Confederações, a grama em placa será retirada e a nova será plantada seis meses antes do Mundial. O tipo a ser usado na maioria dos campos deve ser o bermuda celebration.

A Fifa decidiu impor o plantio no campo após os problemas na Copa de 2010, na África do Sul, quando as placas se soltaram e apresentaram buracos. Também foi vetado o uso de blocos, estruturas encaixáveis que já contém todos os elementos do solo e o sistema de drenagem.

A experiência da Copa América-2011, no gramado do estádio de La Plata, onde o Brasil enfrentou o Paraguai, foi decisiva neste caso. O gramado ficou irregular e se soltava, como reclamaram os jogadores brasileiros.

"Cada um teve uma conversa separada porque os estádios terão especificidades. O sistema de Brasília, que é seca, terá de ser diferente do de Manaus que é mais úmido", disse o coordenador da Copa do DF, Sérgio Graça.

As empresas que farão os gramados terão de atender as exigências técnicas da Fifa. Ou seja, as sedes poderão contratá-las livremente, mas elas terão de provar que são capazes de realizar o trabalho dentro dos parâmetros pedidos. A Fifa entregou manual com suas demandas às sedes na semana passada.

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