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Lúcio Ribeiro

É ruim, mas é bom

Pelo direito de ver o Godoy Cruz e o Juan Aurich na TV brasileira. Porque senão tem o 'link'

Para chegar ao estádio do Fulham, um dos muitos times de Londres na liga inglesa, mas longe da pompa e dos craques de Arsenal e Chelsea, tem que andar uns bons 20 minutos da estação de metrô mais próxima, atravessando um parque não dos mais bonitos. Esses minutos viram horas, como no sábado passado, quando o frio está de doer, e o parque, forrado de neve. O que eu queria era sentar no meu lugar, pelo qual paguei tipo R$ 160, e, tinha sido avisado, tinha um pilar que obstruía a visão completa de um dos gols.

O jogo era contra o Stoke City e o "craque" era o atacante-pirulão adversário Peter Crouch, mais folclórico que exatamente um bom jogador. Sabia desde o início que a partida seria terrível, como foi.

Mas e daí? Gosto de futebol bom, de ver o Barcelona e o Neymar jogarem, o Manchester United tomar três e sair para empatar. Mas sou do tipo que também gosta de jogo ruim e não liga de ir ver o Fulham com tudo conspirando contra. Ou de parar numa partida de Campeonato Holandês na televisão, que não é do Ajax nem do PSV, e assisti-la inteirinha. Futebol é futebol. E não estou sozinho.

Sobre jogo na TV, bom ou ruim, sou do tempo em que quase nunca passava ao vivo. No máximo, os melhores momentos em videoteipe no final de noite. Estou falando de futebol brasileiro. Hoje, na TV atual, de um modo ou de outro são mostrados 11 torneios nacionais, corrija-me se estiver errado. Incluindo aí Russo, Americano, Japonês. Até o ano passado, tinha o Turcão. Às vezes rola um jogo ao vivo do Escocesão. Fora as Copas da Inglaterra, da Espanha, da Itália, a Africana. Fora a Sul-Americana.

E não tem Neymar e Messi no Campeonato Holandês. A maioria das cerca de dez partidas transmitidas num sábado besta é desse "futebol ruim" a que me refiro.

Então por que agora, num retrocesso "anos 80" das TVs, por uma guerra de monopólio/interesse/$$$ entre operadoras, os fanáticos por futebol são privados de ver muitas das partidas da Libertadores, o torneio-filé latino? Sacanagem nos impedirem de ver não só o Vélez, as Universidades chilenas, o Olimpia. Para não falar de Vasco (no caso de SP) e Inter, como na semana passada.

Mas, se uma guerra entre TVs as levam de volta aos anos 80 e para trás, os fãs de futebol vivem uma era em que uma simples busca na internet com as palavras "time x" + "time y" + "link" bota em segundos o jogo, qualquer jogo que esteja sendo transmitido em qualquer lugar, ao vivo na tela do computador. E depois a culpa desse deslocamento temporal entre TVs e o espectador-boleiro é da pirataria virtual.

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