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Encostado, tio recebia R$ 1 mi/ano

CBF
Marco Antonio Teixeira é demitido por sobrinho após cinco anos sem poder

SÉRGIO RANGEL
EM SÃO PAULO

Figura decorativa na CBF há mais de cinco anos, o tio de Ricardo Teixeira recebia cerca de R$ 1 milhão por ano da entidade, que é privada.

Secretário-geral da confederação há mais de uma década, Marco Antonio Teixeira ganhava R$ 88.070,04 mensais. O salário do dirigente consta na rescisão de contratado, feita no início do mês e à qual a Folha teve acesso.

Funcionário da CBF desde 1989, o cartola recebeu R$ 1.410.606,15 (já descontados os impostos) ao deixar o cargo, segundo o termo de rescisão de contrato.

O tio de Teixeira ganhou R$ 1.312.538,85 de gratificação, além de R$ 308.245,14 de aviso prévio. O ex-secretário-geral teve descontados R$ 372.854,36 pela Receita Federal do Imposto de Renda.

Como era funcionário registrado, ainda ganhou um valor grande, não divulgado, de FGTS -só quem é demitido pode receber esse dinheiro e a multa de 40% do montante do fundo.

Marco Antonio foi mandado embora no último dia 3. Até a Copa de 2006, na Alemanha, ele era o homem mais poderoso da CBF, mas caiu em desgraça após o Mundial.

Teixeira descobriu que Marco Antonio estava articulando nos bastidores para tentar ficar em seu lugar.

O presidente da CBF não aprovou também a escolha da pequena cidade de Weggis, na Suíça, para a seleção brasileira se preparar para a Copa da Alemanha. O time de Carlos Alberto Parreira fez seus treinos lá por opção do ex-secretário-geral.

A partir dali, sua função na CBF foi esvaziada. O cartola passou a cuidar apenas da administração da sede da entidade e da Granja Comary, centro de treinamento de Teresópolis, na região serrana do Rio, que não serve mais para os treinos da seleção.

Sem o poder, Marco Antonio virou um burocrata. Mesmo sem justificar o alto salário, ele foi mantido por mais de cinco anos no cargo.

Teixeira ainda não se pronunciou sobre o afastamento do tio, substituído na semana passada por Júlio César Avelleda, que ocupará o cargo interinamente.

Avelleda é funcionário da entidade desde 1992. Ele começou como estagiário e trabalhou em três departamentos -processamento de dados, registro e tesouraria.

Em 2007, ocupou o cargo de assistente de orçamento e controle, área ligada à diretoria financeira da confederação. Lá, o secretário-geral interino se aproximou de Teixeira. Ele é responsável por preparar relatórios sobre todos os pagamentos na CBF.

Outro dirigente da CBF poderá ser demitido. Antônio Ozório, do departamento financeiro, é o mais cotado.

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