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Juca Kfouri

A frieza de Blatter

Por que o presidente da Fifa não está preocupado com o relatório da Justiça suíça

UM ALTÍSSIMO ex-diretor da Fifa, curioso em conhecer detalhes sobre mais uma crise vivida por Ricardo Teixeira, acrescentou em conversa informal o detalhe fatal para o cartola da CBF: o ex-diretor da Fifa diz que, no relatório da Justiça suíça sobre o escândalo da ISL, o nome de Joseph Blatter aparece uma única escassa vez, quando confessa ter depositado na conta de João Havelange um dinheiro que a ISL pôs por equívoco na conta da Fifa. Fosse funcionário público no Brasil, o presidente da Fifa poderia ser indiciado pelo crime da prevaricação, o que, evidentemente, não cabe no caso e pode ser visto apenas como um pecado venial de Blatter.

De resto, diz o ex-dirigente, o relatório é demolidor, mas para Teixeira e Havelange.

O que explica a renúncia do segundo do conselho do COI e acrescenta motivos para a saída de cena do primeiro, convencido de que não tem a menor chance de presidir a Fifa, ao contrário de Michel Platini, hoje o favorito disparado.

Preocupado com a possibilidade de sua filha pequena crescer ouvindo e lendo o que os três filhos já adultos cresceram ouvindo e lendo, com as portas fechadas no Planalto, apesar de até ter dado emprego na CBF e no COL para o ex-fotógrafo de Lula, Ricardo Stuckert, e sob permanente investigação não só da PF, mas, principalmente, da imprensa independente, Teixeira se prepara para submergir em Miami, onde já se encontram sua mulher, sócia de Sandro Rosell, na WTrade, na Barra da Tijuca.

Rosell, ex-presidente da Nike no Brasil quando se deu a CPI da CBF/Nike, atual presidente do Barcelona, é o elo de Teixeira e do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, com o Qatar, que comprou o direito de ser sede da Copa do Mundo de 2022, embora muitos duvidem que venha mesmo a ser.

O desfecho de tudo isso, na CBF, deve ser a posse, ao menos por um tempo, de José Maria Marin, que, às vésperas de completar, em maio, 80 anos, estaria padecendo de cleptomania.

Por bizarro, e inverossímil, que pareça, e é, Marin não se limitou a embolsar a já famosa medalha da Copa São Paulo. No mesmo dia, para perplexidade de quem testemunhou, ele guardou no bolso também mais de um picolé de limão, com as consequências óbvias do gesto doentio.

A alternativa estatutária a Marin pode ser Fernando Sarney, que dispensa apresentação.

Ou mudar o estatuto e convocar eleição.

Mas, como estamos aqui, tudo pode acontecer.

Até não acontecer nada...

blogdojuca@uol.com.br

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