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Esporte se pulveriza entre canais

TV
Concorrência entre redes aumenta, derruba fidelidade e inflaciona mercado de direitos

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Telespectador vidrado em esportes, prepare-se para exercitar seus dedos e faça estoque de pilhas para o controle remoto de sua televisão.

A entrada da Fox Sports no mercado brasileiro e a consequente transmissão para poucos dos primeiros jogos da Libertadores escancararam a pulverização dos eventos esportivos entre várias redes de TV aberta e fechada.

Na prática, isso significa que não dá para se manter fiel e assistir a tudo em um só canal. Para acompanhar diferentes competições e vários esportes, é preciso "zapear".

A Record transmitiu com exclusividade para o Brasil o Pan de Guadalajara, no ano passado, e será o único canal na TV aberta a passar a Olimpíada de Londres, que será entre julho e agosto. O Sportv transmite na TV fechada.

Só que a Record não tem os direitos da Copa de 2014. As partidas do Mundial brasileiro serão veiculadas nas telas da Globo e da Band.

Enquanto isso, o telespectador fã de futebol internacional e que não quer (ou não pode) ter TV por assinatura precisa sintonizar a Rede TV! ou o Esporte Interativo (no UHF) para ter acesso a mais do que jogos eventuais.

Nas redes fechadas, o mesmo acontece. Apenas o Sportv transmite o Brasileiro. A Copa dos Campeões, campeonato interclubes mais rico do mundo, é da ESPN.

E a Libertadores, sonho de consumo para todo torcedor brasileiro, é exclusiva da Fox Sports, canal que não consta na grade das duas maiores operadoras do país, Net e Sky -hoje, está disponível para os assinantes de CTBC, Nossa TV, Telefônica TV Digital, TVA, Oi TV, RCA e NEO TV.

"Competição é sempre saudável. A divisão vai ser maior. Os eventos grandes vão ficar cada vez mais disputados, e os médios, ganhar espaço", afirmou o diretor de aquisições da ESPN, Carlos Maluf.

Uma década atrás, havia apenas quatro canais com programação exclusiva de esporte no país. Hoje, são 12, além dos que funcionam apenas no pay-per-view, como o Premiere FC e o Combate.

Já na TV aberta, a Record despejou dinheiro para tirar eventos tradicionalmente da Globo. Adquiriu os Jogos Pan-Americanos e Olímpicos. E fez o mercado se inflacionar.

Os Jogos Olímpicos custaram à emissora US$ 60 milhões (R$ 102 milhões, na cotação atual), mais de duas vezes o valor pago pela Globo pela edição anterior, de 2008.

A TV carioca ficou com o Brasileiro, mas teve de praticamente dobrar as cotas dos clubes e elevou os ganhos de Flamengo e Corinthians para a casa dos R$ 100 milhões.

"Para uma emissora alcançar resultados satisfatórios ela precisa de um tripé forte: jornalismo, entretenimento e esporte", disse o vice-presidente de jornalismo da Record, Douglas Tavolaro.

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