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Dinossauros

Há 23 anos na CBF, Teixeira só perde para argentino e espanhol em lista de cartolas de federações nacionais mais apegados ao poder

Jorge Adorno - 4.fev.12/Reuters
Da esq. para a dir, Blatter (Fifa), Leoz (Sul-Americana), Grondona (Argentina) e Villar (Espanha)
Da esq. para a dir, Blatter (Fifa), Leoz (Sul-Americana), Grondona (Argentina) e Villar (Espanha)

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Os 23 anos de permanência de Ricardo Teixeira na CBF fazem do presidente da Confederação Brasileira de Futebol um dinossauro quando comparado a seus equivalentes de outros países.

Entre as 30 federações nacionais com seleções mais bem posicionadas no ranking da Fifa, só cinco têm mandatários com mais de uma década de poder. E 20 trocaram de comandante nos últimos cinco anos. Algumas, casos da francesa e da inglesa, até mais que uma única vez.

Teixeira, que assumiu o controle da CBF em janeiro de 1989, amparado pelo então sogro, João Havelange, presidente da Fifa na época, é o terceiro dirigente com maior longevidade do grupo dos 30 países mais fortes do futebol neste momento.

Apenas Julio Grondona, na associação argentina desde 1979, e Ángel María Villar, que chegou à Real Federação Espanhola em 1988 e foi reeleito na semana passada para outros quatro anos, contabilizam mais tempo no cargo.

São exceções em um cenário político que hoje aponta para o lado contrário ao do continuísmo ainda tão forte nas federações internacionais -Nicolás Leoz preside a Conmebol, a Confederação Sul-Americana, desde 1986, Issa Hayatou faz o mesmo na Confederação Africana há 25 anos, e Joseph Blatter chegou ao topo da Fifa em 1998.

Só no ano passado, oito dos países da elite da bola colocaram novos nomes para administrar suas entidades.

A Inglaterra, berço da modalidade, elegeu David Bernstein, um ex-executivo do Manchester City e do estádio de Wembley, para substituir Lord Triesman, que posteriormente denunciou um suposto esquema de venda de votos na escolha da sede das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Em Portugal, Fernando Gomes sucedeu Gilberto Madaíl, polêmico presidente no cargo desde 1996. E o Chile viu chegar ao poder um jovem. Sergio Jadue, 32, ex-presidente de clube nanico, o Unión La Calera, venceu.

O ano de 2012 já registrou uma troca presidencial. Mehmet Ali Aydinlar, que dirigia a federação turca, renunciou em janeiro depois da explosão de um escândalo de manipulação de resultados.

Teixeira também tem sofrido pressão para abandonar os comandos da CBF e do COL (Comitê Organizador Local da Copa-2014). Na semana passada, a Folha mostrou sua ligação com a Ailanto Marketing, empresa acusada de superfaturar um amistoso da seleção em Brasília, em 2008.

Em meio à crise, ele viajou para a Flórida, mas assegurou que retomará suas funções na próxima semana.

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