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Com preço e prazo estourados, novo palco mineiro é alvo da Promotoria

NELSON BARROS NETO
DE SÃO PAULO

Estádio em Belo Horizonte pertence a um clube, é reformado pelo poder público e, depois, será a nova casa de uma outra equipe.

Essa é a situação do Independência, novo palco do futebol de MG até a reinauguração do Mineirão, a partir da segunda quinzena de março. O Mineirão será palco da Copa das Confederações de 2013 e do Mundial de 2014.

O prazo fica a cargo do governo do Estado, que prometia entregar a arena em dezembro do ano passado.

Sem ela, os times da capital iniciaram a temporada ainda precisando ir ao interior para mandar seus jogos.

A situação já gera, segundo os clubes, prejuízo "financeiro e técnico" a América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro desde junho de 2010, quando o Mineirão foi fechado.

Não bastasse a demora, o orçamento das obras subiu de R$ 46 milhões para R$ 130 milhões -182% a mais.

O governo diz que "a ideia inicial era fazer uma reforma simples, mas a obra foi redimensionada, e as mudanças conceituais provocaram alterações no cronograma". Acrescenta que o custo final será de R$ 6 mil por assento, "o mais baixo dentre os estádios em obra no momento".

Ontem, o Independência foi alvo de reunião no Ministério Público de Minas Gerais. Mas por um terceiro motivo.

A modernização da arena, com aumento da capacidade de 10 mil para 25 mil pessoas, fez com que o América, seu dono, cedesse o local ao Estado por 28 anos. Receitas serão divididas ao meio.

Mas o governo decidiu dar a manutenção do estádio à iniciativa privada. Em dezembro de 2011, o grupo paulista BWA ganhou a licitação.

Só que, no último dia 14, assinou contrato de parceria com o Atlético sem informar ao governo, como mandava o edital. A Advocacia-Geral mineira, então, interveio.

O encontro na sede da Promotoria contou com todos os envolvidos, inclusive cartolas do Cruzeiro, que também pode vir a usar o estádio.

Pelo acordo, o Atlético jogará 100% das partidas lá. A BWA terá de mudar o contrato para deixá-lo só comercial, sem dar a impressão de que o clube também seria proprietário do campo. Isso também está previsto no edital.

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