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Edgard Alves

Pela igualdade

Em Londres-12, será a 1ª vez que as mulheres estarão em todas as modalidades da Olimpíada

No ano passado, a seleção feminina de futebol do Irã foi punida com derrota de 3 a 0 para a da Jordânia por disputar partida classificatória para Londres-2012 com um uniforme que incluía o "hijab", o véu islâmico. O país persa insiste no traje religioso para suas atletas.

Uma questão controversa assim, que envolve política, religião e esporte, tem um fórum apropriado para discussão, a Comissão de Mulheres do COI (Comitê Olímpico Internacional), que realizou sua 5ª Conferência Mundial, em Los Angeles (EUA).

A comissão promove outros debates importantes, como a equiparação da premiação em dinheiro dos torneios femininos à dos masculinos, e avança em pontos que interferem na performance da mulher, de material esportivo a questões de medicina.

A mulher conquista seu espaço definitivamente. Lembro que, na primeira Olimpíada que cobri, em Montréal-1976, tinha muito atleta famoso nas disputas, como o pugilista cubano Teófilo Stevenson, entre outros, mas, a sensação foi uma romena de 14 anos, Nadia Comaneci, na ginástica artística, a primeira atleta a conseguir uma nota 10 numa Olimpíada, desempenho perfeito, na modalidade.

Agora, em Los Angeles, as discussões ficaram mais focadas no estímulo para a igualdade de gêneros (identificação social em relação ao sexo), tanto no plano de atletas como nas direções esportivas e nas tomadas de decisão.

O Brasil, que começou a subir no pódio feminino na Olimpíada de Atlanta-1996, ampliou a inclusão de mulheres em suas delegações.

Para Pequim-2008 o país levou 144 homens e 133 mulheres. Outra evidência dessa política no COB (Comitê Olímpico Brasileiro) é o número de ex-atletas no quadro de funcionários: 11 mulheres e oito homens.

Na primeira Olimpíada da era Moderna, em Atenas-1896, o evento foi um autêntico Clube do Bolinha. Quatro anos depois, em Paris, já aceitou 16 mulheres (competiram 1.076 homens).

Em 2008, a lista de inscritos apontou 6.305 homens e 4.637 mulheres. Em Londres, em julho próximo, será a primeira vez que as mulheres participarão de todas as modalidades do programa olímpico, com estreia no torneio de boxe.

Christiane Paquelet, 55, nadadora na década de 70 e hoje diretora do COB, passou o bastão de representante na Comissão de Mulheres do COI para Adriana Behar, 43, prata no vôlei de praia em Sydney-2000 e Atenas-2004, em dupla com Shelda. Behar disse que a comissão estimula as mulheres a mostrarem as dificuldades em seus países.

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