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'Eterna promessa' diz ser especial

FUTEBOL Após fracasso na Europa, Freddy Adu, 22, ainda sonha em ser melhor do mundo

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

"Sou tão bom quanto todo mundo achava que eu era. E ainda posso ser aquele jogador que todos esperavam."

Essas frases seriam normais se tivessem saído da boca de quase qualquer promessa de 22 anos que estivesse iniciando a carreira e correndo atrás de reconhecimento no mundo do futebol.

Mas Freddy Adu está muito longe de ser como os outros atletas de sua idade.

Esse ganense de nascimento, que chegou aos EUA com oito anos porque sua mãe ganhou, numa loteria de "green card", o visto para residir no país, foi o adolescente mais famoso do futebol.

Ou você se lembra de outro jogador de 13 anos que foi parar no "The New York Times", ganhou reportagens especiais dos maiores jornais e revistas esportivas do mundo e assinou um contrato de US$ 1 milhão com a Nike?

"Não acho que sou só mais um bom jogador. Acredito que sou mesmo especial", disse, por telefone, à Folha.

Mal saído da infância, Adu já era comparado a Pelé e tinha duas missões: ser o maior jogador do mundo no início do século 21 e também o primeiro grande nome do futebol vindo do maior mercado esportivo do mundo (os EUA).

E, se ainda é necessário explicar quem é (ou foi) esse atacante de ascensão meteórica na década passada, é porque ele passou a anos-luz de cumprir o destino que julgava ser o projetado para ele.

Adu voltou aos EUA em agosto, após três temporadas em que pouco fez -disputou 20 partidas pelo Benfica, clube que o contratou, e passou por empréstimo e sem sucesso por França, Grécia e a segunda divisão da Turquia.

Defende agora o Philadelphia Union. E não está entre os 21 jogadores que ganham acima do teto salarial da MLS e se beneficiam da regra feita pela Major League Soccer para atrair estrelas como Beckham e Thierry Henry.

Aos 14 anos, quando se tornou o mais jovem atleta a ingressar em uma liga profissional norte-americana em mais de 110 anos, tinha o maior salário do futebol do país: US$ 500 mil por ano, mais do que recebe hoje.

"Tudo voltou a ser como sempre deveria ter sido. Às vezes, você se deixa levar pelo que as pessoas falam e perde um pouco o foco. Mas estou mais maduro, aprendi com erros e estou pronto para me tornar o jogador que sei que posso ser", afirmou.

Ele pretende passar duas ou três temporadas na MLS antes de retornar à Europa para fazer frente a Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.

"As minhas [expectativas] são para quando eu tiver 25 ou 26 anos. Hoje, não dá para falar em ser o melhor do mundo porque não estou no Barcelona ou no Real Madrid. Mas gostaria muito de sê-lo um dia", completou Adu.

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