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Justiça pode deixar time desfalcado

CORINTHIANS
Acusado de fraude, Emerson corre o risco de não viajar para a Libertadores

MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

O Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, denunciou o atacante Emerson, do Corinthians, e o volante Diguinho, do Fluminense, sob acusação de terem cometido os crimes de contrabando e lavagem de dinheiro.

Eles são acusados de participarem de um esquema fraudulento de compra e venda de carros importados.

Se a Justiça Federal aceitar a denúncia, os jogadores podem ser impedidos de deixar o país enquanto as investigações não terminarem.

Isso representaria ficar fora das partidas da Libertadores no exterior. O Corinthians joga no México no próximo dia 14, contra o Cruz Azul. O Fluminense vai à Argentina na próxima semana para enfrentar o Boca Juniors.

Ainda na primeira fase, os cariocas terão de ir à Venezuela (Zamora) e voltar à Argentina (Arsenal de Sarandí). Os paulistas viajarão também ao Paraguai (Nacional).

"Vamos dar todo o suporte ao Emerson, mas não podemos falar de hipótese. Amanhã [hoje], devo um bater um papo com ele. Vamos esperar uma resposta do jurídico para analisar o caso", afirmou o gerente de futebol corintiano, Edu Gaspar.

A Polícia Federal chegou aos jogadores ao investigar um esquema montado por bicheiros cariocas e mafiosos israelenses e russos.

Descobriram que uma concessionária de veículos, a Euro Imported Cars Veículos Ltda, na Barra da Tijuca, vendia carros importados irregularmente. Segundo as leis brasileiras, é proibido importar carros usados, o que era feito pela concessionária.

Os atletas fizeram negócios com essa concessionária.

De acordo com os procuradores, eles sabiam da ilegalidade das compras.

Emerson teria comprado dois carros por meio do esquema. Ambos em 2010, quando ainda jogava pelo Fluminense. Um deles foi um BMW branco, modelo 2011.

O atacante importou o veículo pela concessionária e o vendeu a Diguinho.

Dias depois, Diguinho repassou o veículo à Euro Cars e, depois, recomprou a BMW.

Todas as transações foram feitas em dinheiro. As notas fiscais dos negócios mostram o mesmo valor: R$ 200 mil.

Para os policiais e procuradores, a manobra feita pelos jogadores dificulta o rastreamento do dinheiro e representa lavagem de capital.

Segundo os procuradores do Ministério Público, "as notas fiscais foram fraudadas, adulteradas, com datas fictícias e dissonantes das datas da efetiva compra, tudo para encobrir as fraudes".

O advogado de Diguinho, Itamar Gomes, negou as acusações. "Isso é uma invenção. O que estão fazendo com o garoto é uma covardia. Não existe nos autos nada que venha a caracterizar que o Diguinho agiu de má-fé", disse.

Colaborou RAFAEL REIS, de São Paulo

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