Andres pede desculpas a Leão após chamá-lo de 'mentiroso'

Andres Sanchez não é mais o mesmo. Ou não parece mais ser. O ex-presidente do Corinthians, agora transformado em diretor de seleções da CBF, está tentando trocar a aspereza que sempre o caracterizou pela polidez.

O cartola estreou na função com um bate-boca via imprensa com Emerson Leão, técnico do São Paulo.

O clube queria que o meia-atacante Lucas enfrentasse o Palmeiras no domingo, antes de se apresentar à seleção -o que acabou ocorrendo.

Leão reclamou da CBF, e Andres o chamou de "mentiroso e irresponsável" num programa do canal Sportv.

Ante o desgaste, recuou. Pediu desculpas publicamente, por meio de nota postada no site da CBF às 2h25 da manhã de ontem, no horário da Suíça (22h25 de Brasília).

Ontem à tarde, explicou à Folha a decisão. "Eu estava de bom humor, refleti, vi que errei e pedi desculpas", disse, no hotel Santspark, em St. Gallen. "Posso achar que a informação dele não é verdadeira, mas não posso chamá-lo de mentiroso."

Leão agradeceu. "Ninguém falou nada por mal."

Na véspera, Andres se surpreendeu com declarações pesadas do presidente

são-paulino, Juvenal Juvêncio, que o chamou de analfabeto e disse que o responsável pela liberação de Lucas não havia sido o diretor de seleções, "mas alguém acima".

"Não sou mais presidente do Corinthians, não vou bater boca, não vou responder. Ele só quer me provocar", disse, logo após ter concedido entrevista coletiva vestindo chinelos, na rua em frente ao hotel, sob um frio de 5º C.

A principal tarefa do dirigente no cargo será tratar com os clubes a liberação de jogadores para a seleção, especialmente para amistosos e competições que não fazem parte do calendário da Fifa -como os Jogos Olímpicos.

Ao ser sabatinado pela Folha no início de fevereiro, Andres disse que ganha R$ 75 mil mensais, "como todos os outros diretores da CBF". A revelação não foi bem recebida na sede da entidade. (MF)