Rodízio no ataque é marca corintiana

Atacante no Corinthians pode reclamar da rotina de treinos, da pressão da torcida, das poucas oportunidades de gol criadas pelo meio de campo. Só não tem direito de lamentar a falta de chances de mostrar futebol.

Em 2012, o revezamento dos homens de frente é uma das marcas do atual campeão brasileiro e líder do Paulista.

O técnico Tite utilizou sete atacantes diferentes nos 11 jogos oficiais da temporada.

Élton, contratado do Vasco para ser a terceira opção na função de centroavante, virou a peça mais utilizada, com oito participações.

E nenhum deles, com exceção de Adriano, disputou menos do que cinco partidas, quase a metade do total. O atacante é um caso à parte. Pesado e sem ritmo de jogo, só iniciou o ano em 18 de fevereiro, ante o São Caetano, e era carta fora do baralho.

Mas fez o gol da vitória sobre o Botafogo, no último sábado, em sua segunda partida em 2012, e voltou ao rodízio ofensivo corintiano. Agora, com papel de destaque.

Hoje, contra o Catanduvense, no Pacaembu, não fica nem no banco. Será poupado para dar continuidade ao planejamento de evolução física e guerra contra a balança.

Mas Adriano pode voltar já no domingo. Há expectativa de que o revezamento o premie com uma vaga na equipe no clássico contra o Santos.

Sem o camisa 10, o centroavante corintiano hoje será Liedson, em tese, o titular.

Ele é o reflexo dos fatores que têm provocado tantas mutações na linha de frente do time do Parque São Jorge.

Ainda não fez gol no Paulista e nem na Libertadores. E o Corinthians tem, disparado, o pior ataque entre os quatro grandes de São Paulo no ano. Fez somente 14 tentos, contra 21 do Palmeiras, o segundo menos eficiente.

"Queremos continuar sendo a [equipe] que melhor se defende, manter a invencibilidade. Mas temos de acrescentar gols", afirmou Tite.

Liedson convive com uma lesão crônica no joelho esquerdo. Jorge Henrique, que enfrenta dores musculares, e Emerson, com pubalgia, são desfalques -Willian atua ao lado do centroavante.

E ainda tem a maratona de jogos de um time que se divide entre duas competições. O Corinthians terá confrontos válidos pela Libertadores nas próximas três semanas.

Foi para conter o desgaste físico que Tite deixou o camisa 9 fora contra o Botafogo.

"Fazemos isso em cima das circunstâncias, das necessidades", adicionou o treinador, sobre a troca constante de jogadores de frente.

Contra o Catanduvense, o rodízio irá além do ataque e atingirá um dos intocáveis do time. O volante Ralf, que raramente fica fora, será deixado no banco. Com isso, Edenílson começa jogando.