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Ricardo Teixeira controla federações rebeldes e diz que permanece no comando da CBF, mas não descarta tirar licença após fazer exames médicos

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, venceu o round com os cartolas rebeldes e disse que fica no comando da entidade. Mas admitiu ontem que pode se licenciar do cargo neste mês de março.

Nas quase duas horas de assembleia geral, no subsolo do prédio da CBF, o dirigente demonstrou seu poder.

Foi bajulado pela maioria dos cartolas, enquadrou o grupo rebelde e deixou a sede da entidade com o apoio das 27 federações. Na reunião, Teixeira ainda fez valer a sua vontade sobre possível sucessão na presidência.

O paulista José Maria Marin, ex-governador de São Paulo e vice da CBF para a região Sudeste, foi homologado como seu sucessor em caso de renúncia.

Mesmo assim, o presidente da CBF não escondeu dos cartolas que poderá se licenciar do cargo a partir deste mês. Ele contou que fará uma série de exames médicos nos próximos dias e que vai aguardar o resultado dos testes para definir o seu futuro.

"O Ricardo mostrou que está firme, mas o seu estado de saúde merece cuidados. Só nos próximos dias é que ele vai saber se vai ficar em definitivo ou pede uma licença", afirmou o presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio, um dos líderes da ala "ricardista", como costuma se referir a aliados do atual mandatário da CBF.

Teixeira afirma sofrer de uma diverticulite. Anteontem, ele passou mal e foi obrigado a deixar às pressas uma da série de reuniões em que discutia o seu futuro no comando da confederação.

A licença será uma saída estratégica do dirigente em meio à disputa que ele vem travando com a cúpula da Fifa e do governo federal.

Sua situação ficou ainda pior depois que a Folha mostrou que o dirigente recebeu dinheiro de sócios da Ailanto, acusada pelo Ministério Público de desvios na organização de amistoso entre Brasil e Portugal em 2008. A empresa recebeu R$ 9 milhões.

Na reunião de ontem, Teixeira conseguiu desarticular a oposição de federações.

As entidades do Rio Grande do Sul, da Bahia e do Rio de Janeiro eram contra a indicação de Marin para ser seu sucessor. Porém foram obrigadas a aceitá-lo.

Na reunião, Teixeira conseguiu fazer valer o artigo do estatuto que determina que o vice mais idoso da CBF, no caso Marin, deve sucedê-lo em caso de ele deixar o poder. Os rebeldes eram favoráveis a uma nova eleição. Alegavam que o mandato estendido aprovado até a Copa de 2014 só vale para Teixeira

"Inicialmente, eu estava contra, mas ele mostrou que isso é legítimo e indiscutível", disse o presidente da federação do Rio, Rubens Lopes, que homologou a permanência do chefe por aclamação unânime das federações.

A princípio, Ricardo Teixeira também fica na presidência do COL (Comitê Organizador Local da Copa-14).

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