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Fifa se irrita com demora da Lei Geral

2014
Texto principal é aprovado, mas terá que ser votado novamente

GABRIELA GUERREIRO
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, mostrou-se irritado ontem com a demora do governo em aprovar a Lei Geral da Copa de 2014 no Congresso. O texto principal da lei, que foi aprovado anteontem na comissão especial da Câmara que discute o evento, terá que ser votado novamente pelos deputados.

Valcke foi questionado sobre o assunto na porta da sede da Fifa, em Zurique, antes de saber da nova votação. "Nem me fale da lei", declarou o francês. "Estamos muito atrasados, e ainda estão mexendo na lei", disse.

Uma infração cometida no regimento interno da Câmara provocou o impasse.

Durante a votação da lei, a comissão especial funcionou por dois minutos paralelamente ao plenário da Casa, que também realizava uma votação. Pelas regras da Câmara, quando os parlamentares já estão analisando projetos no plenário, não é permitida nenhuma outra votação em comissões.

"Para evitar qualquer vício de procedimento e contestações lá na frente, faremos uma nova votação", disse o deputado Renan Filho (PMDB-AL), presidente da comissão especial.

Ontem, uma reunião chegou a ser convocada para a análise dos destaques ao texto principal, com os pontos polêmicos sobre a Copa, mas foi suspensa após deputados ameaçarem derrubar a aprovação por ter sido violado o regimento da Câmara.

Entre as principais polêmicas a serem analisadas pelos deputados está a liberação do consumo de cerveja nos estádios. A lei aprovada permite a venda da bebida em copos plásticos e somente durante a Copa do Mundo e a Copa das Confederações.

A liberação da cerveja sofre resistência das bancadas evangélica e da saúde. A Fifa exigiu a permissão de álcool na Copa para cumprir o contrato de patrocínio que possui com uma cervejaria.

Outro ponto polêmico é o pagamento de meia-entrada nos jogos. Pela versão aprovada, os estudantes terão direito ao benefício apenas na categoria 4 de ingressos, na chamada "cota social", que deverá ficar em assentos menos valorizados nos estádios.

Se não houver mudanças, a meia-entrada valerá também para integrantes do Bolsa Família, e o preço final deverá ficar em US$ 25, com venda por meio de sorteios.

O texto aprovado pela comissão estabelece que os idosos terão o desconto em todas as categorias, que inclui ingressos de até US$ 900.

Depois da nova votação na comissão especial da Câmara, o texto da Lei Geral da Copa vai para o plenário da Casa e, posteriormente, segue para o Senado antes de se tornar lei. O plano do governo federal é aprovar a Lei Geral da Copa ainda neste mês.

Colaborou Filipe Coutinho, de Brasília

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