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Renascimento

Técnico assume seleção francesa em frangalhos após Copa-10, classifica-a para a Euro e está há 18 jogos sem perder

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Laurent Blanc virou técnico da França logo após o fiasco na Copa do Mundo de 2010. Pegou uma seleção com imagem desgastada, envelhecida e que clamava por uma renovação radical de peças.

Cenário semelhante ao encontrado por Mano Menezes 19 meses atrás, quando aceitou convite da CBF para comandar a equipe brasileira.

Só que, ao contrário da seleção de Mano, que ainda não derrotou um adversário de primeiro escalão com o time completo, foi eliminada precocemente da única competição que disputou e sofre críticas até nas vitórias, a França de Blanc já conseguiu deslanchar e convencer.

Os "Bleus" não perdem desde setembro de 2010. São 18 partidas de invencibilidade. Entre os campeões mundiais, nenhum está há tanto tempo sem sofrer derrotas.

O trauma da polêmica classificação para a Copa (com gol irregular, na prorrogação da repescagem contra a Irlanda) foi superado. A França obteve vaga para a Euro-2012 de forma direta e teve um único revés nas eliminatórias.

Se ainda mostra irregularidade contra rivais pouco expressivos, como no empate de novembro com a Bélgica, o time dirigido pelo capitão da seleção campeã mundial de 1998 (em final vencida sobre o Brasil) tem sido implacável contra gigantes.

Na última quarta-feira, desbancou a festejada Alemanha na casa do adversário. A lista de vítimas recentes inclui Brasil e Inglaterra.

"Mostramos que estamos prontos para competir com os melhores times da Europa", afirmou o volante Yohan Cabaye, do Newcastle, um dos sete titulares que não foram ao último Mundial.

A revolução plantada por Blanc demonstra como ele teve de começar praticamente do zero. E em um terreno menos fértil e muito mais conturbado do que o brasileiro.

Para começar, o treinador não tinha nenhum jovem candidato a estrela, como Neymar, para substituir a geração da qual fez parte, que sustentou o país nas duas décadas anteriores e que tinha em Henry o último expoente.

Tanto que teve de resgatar um zagueiro à beira dos 30 anos, Mexès, 29, e até hoje convoca veteranos que nunca convenceram, caso do atacante Louis Saha, 33.

Quem mais se aproxima do status de craque nessa nova França é Frank Ribéry, um dos líderes da rebelião que deixou a seleção em colapso na Copa-2010 -caiu na primeira fase, sem vencer uma partida, após greve de jogadores e insultos ao então treinador Raymond Domenech.

"A França estará entre as favoritas da Euro, com a Espanha e nós", disse o técnico da Alemanha, Joachim Löw.

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