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Governo não faz inspeção em estádios

2014 Ministério do Esporte acaba com fiscalização 'in loco' das obras

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

O governo federal está há dois meses sem um sistema de inspeção "in loco" do andamento das obras dos 12 estádios da Copa-2014.

No fim de 2011, o Ministério do Esporte não renovou contrato com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), que executava esse trabalho. Não houve uma substituição da fundação por funcionários da pasta ou por outra empresa.

O buraco na fiscalização federal ocorre em meio às críticas da Fifa ao Brasil por atrasos na organização da Copa.

O ministério diz que passa por uma "reformulação administrativa" na gestão da Copa-2014. Isso inclui o acompanhamento das obras.

E argumenta que a consultoria Consórcio Copa-2014, contratada pela pasta, realiza monitoramento dos estádios. Só que não há inspeções ao vivo como no caso da FGV.

Em visitas aos estádios do Mundial, a Folha ouviu de administradores que as visitas de engenheiros da FGV, que tem escritórios nas 12 sedes, eram constantes, com relatórios periódicos ao governo. Nenhuma das arenas informou ter recebido membros do Consórcio Copa-2014.

"Tem um sistema de monitoramento que é feito por esse consórcio. Há engenheiros envolvidos. Não estou convencido de que é necessária estrutura em cada Estado para fazer a fiscalização. Estamos pensando em qual é a estrutura ideal", disse o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

A página da CGU (Controladoria Geral da União), porém, diz que o Consórcio Copa-2014 já não conta com a Empresa Brasileira de Engenharia de Infraestrutura Ltda, que se retirou dos serviços à pasta em 2010. Ficaram empresas de consultoria.

Os serviços da FGV custavam R$ 10 milhões por ano. Sua contratação foi feita em 2010 e valeu por 2011.

Já o Consórcio Copa-2014 tem contrato por dois anos, válido até julho de 2012, como consultoria para gerir ações relacionadas à Copa.

No total, após dois aditivos contratuais, serão pagos R$ 24,1 milhões ao grupo, dominado pela consultoria Value Partners. Sua contratação foi questionada pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

É fato que Aldo fez uma visita a cada um dos estádios da Copa -falta o Maracanã. Ontem, o ministro apresentou um raio-X da situação das obras nos estádios para responder a críticas de Jérôme Valcke, secretário da Fifa.

Mas é bem diferente do acompanhamento do COL (Comitê Organizador Local), que tem câmeras na maioria das arenas e questiona quando os cronogramas não são cumpridos. Além disso, faz viagens mensais às sedes.

E não só o monitoramento de obras foi afetado pela troca de ministros. A pasta está sem o secretário-executivo, responsável por tocar as ações da Copa e da Olimpíada, segundo Rebelo. Está sendo estruturada a nova Assessoria de Coordenação de Megaeventos Esportivos.

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