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Efeito Vettel

Hegemonia do alemão em 2011 contribui para a queda de audiência da F-1 em alguns mercados importantes, como Brasil, China e Inglaterra

DE SÃO PAULO

A culpa é de Sebastian Vettel. Ou pelo menos essa é a explicação que a FOM, empresa que gerencia a F-1, encontrou para justificar a queda na audiência de algumas emissoras que transmitiram o Mundial de 2011.

Segundo os dados divulgados pela publicação especializada SportsPro Media, o número de telespectadores que acompanharam corridas no ano passado diminuiu em ao menos seis mercados importantes da F-1, entre eles Brasil, China, Inglaterra e Itália.

No ano passado, Vettel, que em 2010 foi campeão na última corrida do ano, não teve adversários. Ganhou 6 das 8 primeiras etapas e abocanhou seu segundo título com quatro provas de antecipação -terminou o ano com 11 triunfos em 19 GPs.

Os dados divulgados não são claros em alguns países, como por exemplo na Itália, onde o relatório apenas aponta que houve uma "pequena queda" na audiência da RAI, emissora que transmite a F-1 no país. Neste caso, o fraco desempenho da Ferrari, uma paixão nacional, também pode ajudar a explicar a queda.

Na Inglaterra, casa da maioria das equipes do grid, o número de telespectadores vem diminuindo gradativamente ano após ano. Mas a FOM ressalta que 370 mil pessoas assistiram ao GP Brasil, última corrida da temporada, ao vivo, pelo site da BBC.

Na França, que desde 2008 não recebe uma etapa do Mundial e que, em 2011, não teve nenhum piloto no grid, a TF1 teve um declínio de 5 milhões de telespectadores.

A Polônia, que ficou sem Robert Kubica depois que o então piloto da Renault sofreu um grave acidente de rali antes do início da temporada, assistiu a uma redução de 30% na audiência da Polsat.

Apesar disso, a FOM faz questão de salientar no relatório que os números são sete vezes mais elevados do que eram em 2005, um ano antes da estreia de Kubica na F-1.

Maior mercado fora da Europa, o Brasil também viu a audiência da categoria na Globo cair nos últimos anos, especialmente pela piora no desempenho dos pilotos do país -a última vitória foi em 2009, quando Rubens Barrichello venceu o GP da Itália.

A temporada passada registrou a pior média da F-1 na emissora: 10,4 pontos. O Mundial de 2010 teve 12,1 pontos de audiência, e o de 2009, 14,8 pontos. Em 2002, a média era de 19,4 pontos.

De 2002 a 2011, a F-1 na Globo perdeu quase metade do público: 46,5% (cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande São Paulo).

A China, outro mercado prioritário para a categoria, também viu a audiência das corridas cair devido ao "efeito Vettel". Apesar de ter tido 22% mais de cobertura da CCTV, o público caiu em 1,5%.

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