Ferrari descarta pódio no início

Nem a segunda colocação conquistada por Fernando Alonso ontem em Barcelona foi capaz de disfarçar o que já se desenhava desde o início da pré-temporada da F-1: a Ferrari ainda não tem um carro capaz de lutar por pódios.

Essa é a avaliação da própria equipe, nas palavras de Pat Fry, diretor técnico da escuderia de Maranello, que já na primeira sessão de treinos coletivos em Jerez, há um mês, havia alertado que a Ferrari não estava onde deveria.

Ontem, no entanto, o ex-engenheiro da McLaren foi mais enfático. "Estamos decepcionados com nosso nível de performance nestes treinos e acho que teremos muito trabalho pela frente", disse, antes de afirmar que a equipe não está pronta para disputar um lugar no pódio na Austrália, em duas semanas, GP que abre o Mundial.

Após uma temporada apenas regular, na qual conquistaram só uma vitória, com Alonso, em Silverstone, os ferraristas mudaram rapidamente o foco para 2012, apostando suas fichas no carro que deveria ser revolucionário.

Mas não foi o que se viu depois dos 12 dias de testes da pré-temporada na Espanha.

Red Bull e McLaren mostraram que devem ser mesmo as equipes a ser batidas e Lotus, ex-Renault, e Mercedes deram mostras de que podem entrar na disputa por pódios.

Segundo Fry, que chegou ao time italiano em 2010, a Ferrari precisa melhorar especialmente o nível da pressão aerodinâmica do F2012.

"Teremos algumas novidades para a corrida de Melbourne, basicamente para tentar readaptar nosso carro para a configuração de escape que escolhemos usar nas primeiras quatro etapas do ano", afirmou o dirigente.

Coincidência ou não, a fase conturbada ferrarista coincidiu com uma espécie de "lei da mordaça" estabelecida pela equipe neste final de semana. Tanto Alonso quando Felipe Massa, que encerrou seus testes no sábado, foram proibidos de falar com a imprensa em Barcelona, após a última sessão de treinos antes da abertura do campeonato.

"A decisão foi tomada para que todos fiquem focados no trabalho", justificou a equipe.