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Teixeira pede licença temporária

CBF
Dirigente sai por tempo indeterminado para cuidar da saúde; Marin assume o comando

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO
SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Ricardo Teixeira pediu ontem licença da presidência da CBF alegando problemas de saúde. Federações estaduais afirmaram ter recebido ofício da confederação comunicando o afastamento.

A Folha apurou que Teixeira ficará longe da CBF por tempo indeterminado. O estatuto da confederação prevê um período máximo de licença de 180 dias, mas o cartola pode estender esse tempo desde que reassuma o poder por pelo menos um dia.

Em seu lugar, assume o vice-presidente para a região Sudeste, José Maria Marin. O substituto é escolha de Teixeira, que o indicou para o caso de ausência ocasional.

A saída temporária do dirigente ocorre após longa discussão sobre sua possível renúncia. Isso gerou até um movimento de oposição, já controlado por Teixeira, entre algumas federações.

Ele está pressionado por denúncias de corrupção no Brasil e no exterior. No país, a Folha demonstrou ligação dele com a Ailanto Marketing, acusada de desvio de dinheiro público em amistoso entre Brasil e Portugal.

No exterior, está ameaçado de ser expulso da Fifa por suposto envolvimento com o caso ISL, maior escândalo de corrupção da entidade.

Ao mesmo tempo, Teixeira sofre com uma diverticulite, inflamação no cólon, órgão ligado ao intestino.

A reportagem apurou que Teixeira, 64, iria ser submetido a uma colonoscopia para avaliar a gravidade do problema. A partir daí, tomaria a decisão sobre sua licença.

"É oficial, ele está se retirando por 30 dias e indicando Marin", contou o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, um dos que não queriam a posse do paulista com medo do domínio do Estado.

"Tenho que aceitar, porque ele [Teixeira] tem problemas de saúde. Ele disse que seria temporário. Não podemos duvidar dele", contou.

Novelletto defendia rodízio no cargo pelos cinco vices regionais, mas contou que Teixeira não apoiou a ideia.

Em caso de renúncia, Novelletto acha que a sucessão terá de ser discutida. Mas o estatuto diz que, neste caso, Marin, 79, é o substituto por ser o vice mais velho da CBF.

"Tive essa informação [da licença médica]. Mas ainda não tenho a confirmação oficial da CBF", afirmou José Vanildo, da Federação do Rio Grande do Norte.

Os dirigentes mais próximos de Teixeira defenderam a posse de Marin. "Está dentro da legalidade. O presidente está com problemas de saúde", analisou coronel Nunes, da federação paraense.

Teixeira já pediu licença médica em outra crise, quando foi acusado de corrupção em 2001, durante a CPI do Futebol, no Senado. Também esteve afastado da confederação no início deste ano.

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