Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Pequenos penam em campo e no cofre

PAULISTA
Clubes do interior, do ABC e Portuguesa sofrem contra grandes e pouco ganham com bilheteria

RAFAEL VALENTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Paulista de 2012 tem sido um martírio para os clubes pequenos do Estado.

Antes deste fim de semana, os times de menor expressão somavam 12 rodadas e mais as quartas de final de 2011 sem vitória sobre os grandes: Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo.

O Mogi Mirim quebrou a sequência ao bater os reservas santistas, ontem, mas o resultado não ameniza a má fase enfrentada pelos pequenos.

Desde 1986, quando o interior fez o primeiro campeão com a Inter de Limeira, a pior marca foi de sete rodadas sem vitórias, em 1987 e 2009.

Pior: os times não têm atraído muitos torcedores, e suas rendas despencam.

Cartolas apontam o desequilíbrio financeiro e a falta de estrutura como fatores para a disparidade atual.

"Os clubes pequenos ainda insistem em trabalhar com aquela teoria de abnegados. Não profissionalizam a administração", observa Eduardo Esteves, diretor do Botafogo.

Opinião parecida tem Márcio Della Volpe, presidente em exercício da Ponte. "O Paulista está ficando igual ao Carioca. Logo será como o Espanhol. Os times da Série A do Nacional fortalecem seus caixas e criam um abismo."

O Mogi Mirim atribui seu sucesso atual ao investimento na base. Está em terceiro após os 3 a 1, em casa, sobre o time B santista. "Fomos vice no Paulista sub-20 e temos quatro jogadores [da base] no profissional", diz o gerente de futebol Luiz Simplício.

O jejum, contudo, não é o único ponto crítico em 2012.

Nas 12 primeiras rodadas, os pequenos tiveram prejuízo na arrecadação em 31 de 94 jogos como mandantes. Os 16 clubes levaram aos estádios exatas 300.871 pessoas.

Em 18º, o XV de Piracicaba lidera em média de público. São 6.374 pessoas por jogo.

É um dos poucos que não pagam para jogar (e não têm prejuízo nos jogos), ao lado de Botafogo, Bragantino e Linense. Os outros 12 tiveram pelo menos uma renda líquida negativa. O São Caetano teve prejuízo em seis dos seus sete jogos. Mas é a Portuguesa quem menos arrecada.

"Nosso público já não é grande, e o time ainda não se acertou", explica o presidente Manuel da Lupa.

Para o diretor de futebol do XV de Piracicaba, Valmir de Freitas, a situação atual será cada vez mais comum. "A solução mais próxima é a administração das receitas e um olhar cuidadoso à base."

Colaborou DARIO DE NEGREIROS, de Ribeirão Preto

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.