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Sob nova(?) direção

Pressionado, Ricardo Teixeira deixa a CBF e o comitê da Copa para José Maria Marin, que promete continuidade

Ricardo Moraes/Reuters
Marin em entrevista na sede da CBF, no Rio
Marin em entrevista na sede da CBF, no Rio

ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Ricardo Terra Teixeira, 64, renunciou ontem ao cargo de presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que ocupou desde 1989.

Como consequência, o cartola também saiu do comando do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014.

O substituto será José Maria Marin, 79, que era o vice mais velho e o substituía desde quinta-feira quando o cartola tirou licença.

Em entrevista coletiva, o novo presidente afirmou três vezes que vai continuar a gestão de Teixeira.

O mais poderoso dirigente do futebol brasileiro sai de cena após seu envolvimento em casos de corrupção, tanto no país quanto no exterior.

Teixeira sai após série de informações reveladas pela Folha e por outros veículos que o vinculam à empresa Ailanto Marketing, investigada por desvio de dinheiro público na organização do amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008, no Distrito Federal.

O cartola também é acusado de receber propina da extinta ISL, no maior escândalo da história da Fifa. Ele nega todas as acusações.

No Brasil, a investigação sobre o amistoso já começava a dificultar sua gestão. Não havia mais diálogo com a presidente Dilma Rousseff.

No exterior, suas desavenças com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, atrapalhavam negociações relativas à Copa.

Teixeira sai também para tratar de problemas de saúde -sofre de diverticulite, inflamação no cólon, órgão ligado ao intestino.

Ontem, José Maria Marin classificou a administração de Teixeira à frente da CBF como "exemplar e moderna".

Marin leu a carta de renúncia de Teixeira, em que ele exalta resultados de sua gestão, como conquistas da seleção brasileira, organização de campeonatos e o fato de o Brasil ser sede da Copa-2014.

Afirma no documento que sai para cuidar da saúde e minimiza as denúncias.

"Não há sequência de ataques injustos que se rivalizem à felicidade de ver, no rosto dos brasileiros, a alegria da conquista de mais de cem títulos, entre os quais duas Copas do Mundo, cinco Copas América e três Copas das Confederações. Nada maculará o que foi construído com sacrifício, renúncia e dor", disse.

"A mesma paixão que empolga, consome. A injustiça generalizada, machuca. O espírito é forte, mas o corpo paga a conta. Me exige agora cuidar da saúde", explicou.

Teixeira deixa familiares em cargos importantes: o irmão Guilherme, diretor de patrimônio da CBF, a filha Joana Havelange, diretora-executiva do COL, e o cunhado Leonardo Rodrigues, gerente de compras do comitê.

Marin disse que cumprirá todo o mandato até abril de 2015. Ex-governador de São Paulo, ele também presidirá o COL. Ao falar do comitê, cometeu gafe ao errar o nome de integrantes da entidade.

"Participarei junto com outros dois companheiros (...), o fenômeno Romário...", disse. Em seguida, corrigiu-se: "Ronaldo Nazário e Bebeto".

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