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Juca Kfouri

A hora dos clubes

A presidente Dilma fez um golaço. Resta saber o que farão os presidentes de nossos clubes

É HORA de olhar para frente.

José Maria Marin, provavelmente, será chamado de "Marin, o breve", porque é óbvio que ele não tem clima nem entre seus iguais, os lamentáveis presidentes de federações.

Federações que de meios que deveriam ser, viraram fins em si mesmas e têm mais poder que os clubes. Que se comportam como cordeiros e não fazem valer nem a lei que lhes dá o direito de votar na eleição da CBF desde que disputem competições nacionais -casos dos participantes da segunda, terceira e quarta divisões, além dos que estão na Copa do Brasil.

Como se sabe, a CBF permite que apenas os 20 da primeira divisão votem, além das 27 federações.

É hora de os clubes chutarem a bola que a presidente Dilma Rousseff deixou quicando na área.

Como foi exaustivamente dito, Ricardo Teixeira não tinha a menor condição de sobreviver no Brasil, acossado por todos os lados e vítima de sua própria arrogância e maus bofes.

Se para seu desgaste foi essencial o trabalho de veículos para os quais ele dizia "cagar um montão", será justo dizer -até porque elogio em boca própria é vitupério (razão pela qual deixemos de lado o magnífico trabalho do reportariado desta Folha)- que muito devemos à repórter da revista "piauí" Daniela Pinheiro, que o enforcou com suas próprias palavras. Brilhante!

Ricardo por José Maria na CBF é seis por meia dúzia, é trocar o chá de cadeira pelo de jasmim, esperando a queda do Marin.

Os clubes que aproveitem este momento de transição, de vácuo no poder, e o ocupem, com a reconstrução de vínculos partidos (São Paulo e Flamengo, por culpa do tricolor) e a condução imbatível de uma união entre Corinthians e Flamengo.

Porque do COL Teixeira já saiu, embora ainda tenha deixado a filha, espécie de resto do entulho autoritário que Marin também representa, apesar de com estilo menos beligerante, filho do malufismo sempre sorridente e conciliador, mesmo que truculento quando com poder sem limites.

E o poder sem limites é o poder que acabou, porque Teixeira deixou de ser apenas o cara da CBF, para se arvorar como condutor da Copa do Mundo no Brasil.

Se era malvisto pela torcida do futebol, passou a ser execrado pela população em geral e o fim se tornou inexorável, asfixiado por Brasília.

É sim hora de festejar, mas com olhos no amanhã.

Que os clubes cumpram com o seu dever.

blogdojuca@uol.com.br

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