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Bolsa Atleta vigiará performances

MINISTÉRIO
Programa terá acompanhamento on-line por meio de súmula de competições

DO PAINEL FC

O governo federal vai cobrar das confederações nacionais, a partir deste ano, a súmula das competições para fiscalizar a participação dos atletas contemplados pelo Bolsa Atleta, programa do Ministério do Esporte.

A medida é uma tentativa de impedir que atletas que não estão em competição continuem recebendo o benefício. O ministério planeja enviar os resultados das disputas por sistema on-line, ainda a ser implementado.

Atualmente, para receber a ajuda do governo, o atleta deve enviar a Brasília, no primeiro semestre de cada ano, os resultados da temporada anterior, que são analisados para a liberação das bolsas.

Mas o dinheiro somente é liberado no ano seguinte ao do envio do pedido. Ou seja, há uma diferença de mais de um ano entre o desempenho nas competições esportivas e os vencimentos a receber.

Por esse motivo, havia situações em que atletas que estavam fora de competições -por lesão, abandono da carreira ou estarem suspensos por doping- continuavam recebendo os benefícios.

Em 2011, por exemplo, o ministério publicou o nome do marchador catarinense José Alessandro Bernardo Bagio, suspenso por dois anos por doping, como um dos atletas com direito a receber o dinheiro. Responsabilizou a Confederação Brasileira de Atletismo por não informar que Bagio estava punido.

Houve problemas no ciclismo: Emerson Francisco da Silva era técnico da seleção de pista e ganhava R$ 1.850 mensais do programa.

Ele faturava em 2011 pelos resultados conquistados como atleta dois anos antes. Teve que devolver o que embolsou depois de publicação de denúncia pela Folha.

"O ministério vai analisar caso a caso", prometeu Marco Aurélio Klein, diretor da secretaria de alto rendimento da pasta. "O atleta que sumir das súmulas corre risco de perder os benefícios. E, se alegar contusão, terá de comprová-la", argumentou Klein.

A decisão do ministério acompanha o anúncio feito por Rebelo, ontem, de que R$ 60 milhões serão distribuídos neste ano para 4.243 atletas olímpicos e paraolímpicos. Entre os contemplados estão atletas que contam com patrocínio ou recebem salários de clubes que representam.

A campeã olímpica no salto em Pequim-2008, Maurren Maggi, atleta do São Paulo, e o iatista Robert Scheidt, dono de duas medalhas olímpicas, patrocinado pelo Banco do Brasil, se inscreveram.

"Pretendemos ampliar essa bolsa-atleta para bolsa-pódio, para atletas que chegaram a um nível com acesso a patrocínios", explicou Rebelo. "Vamos incluir o bolsa-técnico, pois não adianta amparar só o atleta, precisa do fisioterapeuta, do nutricionista, do psicólogo", acrescentou. (EDUARDO OHATA)

Colaborou DANIEL BRITO, de São Paulo

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