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No São Paulo, Marin ficou quase só na equipe aspirante

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

"Faz mais ou menos um ano que levei na federação paulista [de futebol] uns recortes de jornais e mostrei para todos os amigos do Marin que um dia ele foi mesmo ponta direita do São Paulo."

O depoimento dado por Ovídio Pereira da Silva, 73, conselheiro do clube do Morumbi, mostra bem como a passagem pelos gramados do novo presidente da CBF quase se perdeu pelo tempo.

A memória de Ovídio e de um ou outro idoso que na juventude acompanhava até os aspirantes da equipe tricolor, aliada a raras menções em publicações da época, são os únicos registros da curta carreira de jogador profissional de José Maria Marin, 79.

O dirigente teve contrato com o São Paulo entre 1949 e 1954. Passou a maior parte do tempo nos aspirantes (espécie de time B, popular na época) ou emprestado para clubes menores -São Bento de Marília e Jabaquara.

"Lá eu tive como companheiros de time Álvaro e Ramiro [jogadores de destaque do Jabaquara à época]", afirmou Marin à Folha.

Pelo time principal do São Paulo, praticamente só esteve em amistosos. Foram 21, com cinco gols. Jogos oficiais, só dois: contra XV de Piracicaba, pelo Paulista de 1950, quando anotou seu único gol competitivo, e Portuguesa, no Rio-São Paulo de 1951.

"O Marin não foi um fenômeno. E quando você é um jogador bom, não excepcional, depende dos seus concorrentes para jogar", adiciona Paulo Planet Buarque, 85, ex-comentarista de rádio.

Jornais da época também mostram que o cartola fez bem em trocar a ponta direita pela carreira de advogado, que o levou a ser governador.

Relato da vitória por 3 a 0 do time tricolor em amistoso contra a Portuguesa, publicado pelo "O Esporte", em 24 de abril de 1950, diz que "só esporadicamente é que lhe davam a bola" e que Marin, nas raras vezes em que era acionado, "era detido por Nino".

Marin lembra bem daquela época. "Sou muito grato ao [técnico] Vicente Feola, que me dava flexibilidade nos meus horários para que eu pudesse ir à faculdade."

Marin demonstra orgulho da carreira como esportista. Ao contrário de Ricardo Teixeira, acusado por opositores de não gostar de futebol, Marin é cria da modalidade. Além de jogador profissional, jogou futsal e presidiu a FPF.

"Também fui capitão da seleção universitária [na USP]. Minha família, desde meu pai, sempre teve intimidade com o esporte. Ele foi o boxeador Jack Marin, amigo da família Zumbano [tradicional clã de boxe]", afirmou.

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