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Rodrigo Bueno

L1 + triângulo

Gol de Messi já é algo tão banal que até quem não joga videogame começa a entender os seus comandos

COMEÇA o jogo! Gol de Messi. Pênalti para o Real Madrid! Gol de Messi. Tiro de meta... Gol de Messi. Fim de jogo! Gol de Messi.

Parece aquele famoso vídeo no YouTube sobre o hipotético Fluminense x Barcelona, o "jogo do século". Nada no futebol de verdade se parece mais com videogame do que Messi. É infalível no L1 + triângulo. É craque em outras tantas combinações.

É tanto gol, quase sempre com roteiro parecido, que parece fácil, virou banal, recorde de todo jeito. É como se alguém o controlasse de casa, apertasse os botões certos, e a bola encobrisse o goleiro. Não tem mais trave, marcador, contusão, descanso... Ele está lá em campo duas vezes por semana estufando as redes com sua cara e corpo de bonequinho. Não tem nada de Pelé ou Maradona, é um desenhinho na tela. Termina a partida e quase nada fala ou faz. Espera o próximo jogo e repete tudo de novo, como se não fosse humano.

Guardiola enfim o comparou a Michael Jordan, aquele que, no mínimo, é o Pelé do basquete. Não seria agora o Messi da bola laranja? Neste século que engatinha com Bolt, Federer, Phelps, Rossi, Schumacher, Slater e Woods, há um Messi que desafia o século anterior e os saudosistas.

Ser "o maior artilheiro do Barcelona em jogos oficiais" não é nada para ele. São só 184 tentos de canhota, 38 com o pé direito, dez de cabeça, um com o peito e outro com a mão (Deus?). Já são cem assistências na carreira. E são 54 gols nesta temporada, uma marca que a Espanha não viu nem com Puskas (47 em 1959/60) nem com Cristiano Ronaldo (53 em 2010/11) nem com o Messi passado. Ele melhora a cada ano, a cada título de melhor do mundo. Melhor então do quê?

Dos 33 clubes que já enfrentou no Espanhol, só não fez gol em três. São dez apenas os times que o desafiaram e não saíram vazados: Al Sadd, Cádiz, Chelsea, Gramanet, Inter, Liverpool, Murcia, Rubin Kazan, Udinese e Xerez.

São € 33 milhões por ano, e o mais bem pago futebolista do mundo ganha pouco pelo que faz. É questão de tempo para alcançar os tais 369 gols de Paulino Alcantara, recordista do Barça em gols contando jogos não oficiais. Por aí já terá mais gols que Maradona na carreira toda, talvez tenha até o título da Copa. E aí Pelé? Se Neymar não defender seu trono e reinar em 2014, o risco de Messi ser o melhor de todos os tempos para os que não são da época do videogame aumentará como num simples toque no R2 e o famoso quadrado.

Acaba a coluna! Gol de Messi.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

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