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Barrichello coloca novo status à prova

INDY
Após 19 temporadas de F-1, brasileiro recomeça carreira nos EUA como uma das estrelas da categoria

FERNANDO ITOKAZU
SANDRO MACEDO
DE SÃO PAULO

"Eu não conheço os EUA muito bem, e isso é algo que eu sempre tive em mente. Eu disse à minha mulher que ouvi que dava para andar de bicicleta no Grand Canyon, ou fazer acampamento, ou até alugar um micro-ônibus."

A sinceridade do brasileiro Rubens Barrichello, que construiu toda a carreira na Europa, é salientada no jornal americano "USA Today" na véspera do GP de abertura da Indy, em São Petersburgo, Flórida, onde hoje acontecem os primeiros treinos.

De acordo com o diário, o brasileiro pode ser peça-chave para alavancar a categoria, principalmente fora dos EUA, tanto em audiência quanto em publicidade.

Até o ano passado, a galinha dos ovos de ouro da modalidade era Danica Patrick. Mas a moça era um fenômeno de marketing (não das pistas) apenas em seu território.

Nesta temporada, sem Danica (que vai se dedicar à Nascar, a Stock Car americana), é Barrichello, quem diria, o principal chamariz do grid.

Assim, aos 39 anos, o brasileiro inicia uma nova etapa na carreira gozando até de um certo status, depois de comer o pão que o diabo amassou em boa parte das 19 temporadas em que correu na F-1.

Neste período, poucas vezes teve um carro competitivo. Quando teve uma Ferrari, não podia brigar pelo título. Ou porque a equipe não deixou, ou porque o alemão (Schumacher) era melhor mesmo. Na Brawn, foi vítima da tradicional falta de sorte no começo da temporada e viu o companheiro, Jenson Button, ser campeão.

E, neste ano, Barrichello deixou a Williams justamente por não atrair patrocínios.

O brasileiro será um dos pilotos da KV Racing, ao lado do "irmão" Tony Kanaan e do venezuelano E.J. Viso (e não tem primeiro piloto). Hélio Castro Neves, pela Penske, completa o trio do país na primeira das 16 provas do ano.

Rotular Barrichello de favorito é prematuro. Mas o piloto vai tentar repetir a façanha de Nigel Mansell, campeão em seu primeiro ano após sair da F-1, aos 40 anos.

Na luta pelo título, nada de alemães. Se na F-1 todos tentam bater o prodígio Sebastian Vettel, 24, bicampeão, na Indy, o bicho-papão é o escocês Dario Franchitti, 38, tetracampeão -são 15 trintões na Indy contra nove na F-1.

Pelo menos um título Barrichello tem a obrigação de ganhar: o de estreante do ano. Competirá com Josef Newgarden, 21, e Katherine Legge, 31, uma das duas mulheres do grid na Flórida.

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