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Surpresa, Apoel gasta como o Bahia
COPA DOS CAMPEÕES DE SÃO PAULO Imagine um time do futebol brasileiro, fora da elite, tentando fazer gols em Casillas, tirar a bola dos pés de Kaká e impedir as finalizações de Cristiano Ronaldo. É mais ou menos este o cenário do estranho confronto que abre as quartas de final da Copa dos Campeões. O Apoel Nicósia, é evidente, não vem do Brasil. Mas seu orçamento parece com os dos clubes que entram na Série A sem pretensão de título. O custo do clube cipriota, que deixou pelo caminho Zenit, Shakhtar Donetsk, Porto e Lyon, é de € 9 milhões por ano (R$ 1,8 milhão mensal), equivalente à folha do Bahia. Uma ninharia quando comparada às sete equipes que disputam com o Apoel o posto de melhor da Europa. Só Kaká custa ao Real Madrid o mesmo que todo o elenco do rival. O salário de Cristiano Ronaldo é ainda maior: € 12 milhões por temporada. E, mesmo assim, o clube raramente fecha no azul. Em entrevista ao jornal espanhol "As", o presidente Phivos Erotokritou disse que os € 22 milhões assegurados pela campanha europeia do Apoel serão poupados para cobrir futuros deficits. O futebol praticado em Chipre é irrelevante. Sua seleção nunca foi a uma Copa do Mundo e é a 129ª colocada no ranking da Fifa -só seis países europeus estão pior. Até então, nenhum clube tão nanico havia ido às quartas da Copa dos Campões. E nenhum cipriota havia superado a fase de grupos. O futebol do time de Nicósia foi terceirizado em 1997. Quem administra a equipe é um pool de 1.600 acionistas que paga uma taxa anual para utilizar a marca do clube. Principal acionista e chefe do grupo desde 2008, Erotokritou é distribuidor de armas de caça de origem russa. Foi em sua gestão que o Apoel se encheu de brasileiros. São seis no atual elenco. A maioria, nômades da bola, há anos na Europa sem se firmar em lugar algum. Gustavo Manduca jogou na Finlândia, passou pelas divisões inferiores de Portugal e atuou na Grécia. Ailton, o outro artilheiro do time, esteve na Suécia e na Dinamarca. Já o lateral William Boaventura conheceu Ucrânia e Rússia. No total, são 17 estrangeiros no time cipriota. Só dois passaram por seleções.
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