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As armas

Polícia faz apreensão nas organizadas e prende torcedores, mas busca soluções para a violência

LUCAS REIS
MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

A Polícia Civil iniciou ontem uma ofensiva contra as torcidas organizadas Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel, cujo conflito armado de domingo resultou na morte de um palmeirense. Outro torcedor do clube teve decretada ontem morte encefálica.

As ações paliativas se resumem à apreensão de documentos, computadores e R$ 150 mil e à prisão de seis torcedores, cinco do Palmeiras.

A Gaviões diz que o corintiano da lista, preso com maconha, prestava serviço à torcida mas não é ligado a ela.

Há mais mandados expedidos para novas prisões, inclusive de corintianos, mas a polícia diz que muitos deixaram o Estado de São Paulo.

No entanto, quando questionada sobre ações definitivas para impedir novos atos de violência, a Polícia Civil adotou discurso parecido com o que o poder público tem ensaiado recentemente.

"Estamos conversando com federação paulista, Polícia Militar, Ministério Público. Traremos alguma coisa nova que nos permita esse controle", declarou o delegado Jorge Carrasco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Durante entrevista coletiva, a polícia informou que a briga que vitimou André Alves Lezo, 21, e Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira, 19, que teve a morte cerebral confirmada ontem, foi combinada pela internet e tratou-se de uma retaliação pela morte de um corintiano em 2011.

Segundo a polícia, a Mancha Alviverde sabia da emboscada e conhecia o risco iminente de conflito naquele local, mas não pediu escolta.

"Eles [Mancha] sabiam que havia o risco de acontecer. Não há mocinhos. Alertamos sobre o risco", disse Margarette Barreto, delegada do Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), que investiga o caso.

A polícia também informou que manterá presos os cinco torcedores por 30 dias.

"O objetivo [das prisões] é evitar novos confrontos, que estão sendo tratados na internet", disse Carrasco.

Até agora, nenhuma arma foi apreendida. A polícia se baseia apenas nas poucas imagens do tumulto e testemunhos. A locação de um galpão próximo ao local do crime por corintianos também está sendo investigada.

Tiago Alves Lezo, irmão de uma das vítimas e de Lucas, vice-presidente da Mancha, é um dos presos. Alguns, segundo a polícia, têm passagem por briga de torcida.

"Estamos preparando um trabalho para a identificação de ambas as torcidas", disse Carrasco, citando o cadastramento de torcedores, que já começou inúmeras vezes, mas jamais foi concluído. "Vamos poder acompanhar as torcidas em tempo real."

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