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Fifa e Brasil voltam a se criticar
2014 ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE MARIANA SCHREIBER DE SÃO PAULO A Copa do Mundo de 2014 não terá uma "organização 100%" porque determinados aspectos logísticos já estão comprometidos por atrasos. A avaliação é do presidente da Fifa, Joseph Blatter. E gerou uma resposta imediata do governo federal. Irritado com problemas e atrasos, o dirigente suíço subiu o tom da pressão sobre o governo brasileiro e cobrou publicamente mais ação em relação aos projetos do Mundial a ser realizado em 2014. "Convidamos o Brasil a continuar o desenvolvimento do que eles começaram. Pelo menos votaram a lei [Lei Geral da Copa] no Congresso. A bola está no campo deles [do Brasil] agora para jogar. Queremos atos e não mais só palavras", afirmou o dirigente em entrevista coletiva. Em São Paulo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reagiu imediatamente. "Acho que o Brasil está fazendo o que deve fazer. Eu gosto mais da maneira como o COI [Comitê Olímpico Internacional] lida com o Brasil em relação às Olimpíadas", disse. "Vem aqui, discute conosco o andamento, os problemas, as boas situações e trabalha para resolver os problemas, e também não fica usando palavras de mais." Blatter deu tal declaração ontem numa resposta à pergunta ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, sobre sua frase de que o Brasil deveria levar um "chute no traseiro" para acelerar a organização. O presidente da Fifa não permitiu que ele respondesse, e considerou o caso encerrado. E confirmou Valcke como homem-forte no Mundial -ele irá ao Brasil em maio. Valcke admitiu que não há mais tempo para construir hotéis suficientes para mídia e torcedores em certas sedes -só Rio de Janeiro e São Paulo têm estruturas aprovadas para essas finalidades. "Quando há problemas, é preciso achar uma solução. Onde não houver quartos de hotéis suficientes, precisamos garantir que os torcedores e a mídia voem de volta para suas bases [no mesmo dia do jogo]", disse Valcke. Em 2011, Fifa e COL (Comitê Organizador Local) anunciaram a tabela do Mundial sem regionalização -portanto com voos longos -e incluíram jogos de grande porte em sedes menores, com menos estrutura hoteleira, para atender a políticos. O problema é que, nesta semana, o relatório do COL apresentado à Fifa também mostrou deficiência na modernização dos aeroportos. "Tenho certeza que, no final, nem tudo será 100% por causa dos problemas com hotéis. Teremos uma situação como na África do Sul. Em algumas sedes [os torcedores] vão ter que voltar a suas bases", disse Valcke, que demonstrou estar desgastado. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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