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Fifa e Brasil voltam a se criticar

2014
Blatter afirma que Mundial não será 100%; ministra rebate

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

A Copa do Mundo de 2014 não terá uma "organização 100%" porque determinados aspectos logísticos já estão comprometidos por atrasos.

A avaliação é do presidente da Fifa, Joseph Blatter. E gerou uma resposta imediata do governo federal.

Irritado com problemas e atrasos, o dirigente suíço subiu o tom da pressão sobre o governo brasileiro e cobrou publicamente mais ação em relação aos projetos do Mundial a ser realizado em 2014.

"Convidamos o Brasil a continuar o desenvolvimento do que eles começaram. Pelo menos votaram a lei [Lei Geral da Copa] no Congresso. A bola está no campo deles [do Brasil] agora para jogar. Queremos atos e não mais só palavras", afirmou o dirigente em entrevista coletiva.

Em São Paulo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reagiu imediatamente.

"Acho que o Brasil está fazendo o que deve fazer. Eu gosto mais da maneira como o COI [Comitê Olímpico Internacional] lida com o Brasil em relação às Olimpíadas", disse. "Vem aqui, discute conosco o andamento, os problemas, as boas situações e trabalha para resolver os problemas, e também não fica usando palavras de mais."

Blatter deu tal declaração ontem numa resposta à pergunta ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, sobre sua frase de que o Brasil deveria levar um "chute no traseiro" para acelerar a organização.

O presidente da Fifa não permitiu que ele respondesse, e considerou o caso encerrado. E confirmou Valcke como homem-forte no Mundial -ele irá ao Brasil em maio.

Valcke admitiu que não há mais tempo para construir hotéis suficientes para mídia e torcedores em certas sedes -só Rio de Janeiro e São Paulo têm estruturas aprovadas para essas finalidades.

"Quando há problemas, é preciso achar uma solução. Onde não houver quartos de hotéis suficientes, precisamos garantir que os torcedores e a mídia voem de volta para suas bases [no mesmo dia do jogo]", disse Valcke.

Em 2011, Fifa e COL (Comitê Organizador Local) anunciaram a tabela do Mundial sem regionalização -portanto com voos longos -e incluíram jogos de grande porte em sedes menores, com menos estrutura hoteleira, para atender a políticos.

O problema é que, nesta semana, o relatório do COL apresentado à Fifa também mostrou deficiência na modernização dos aeroportos.

"Tenho certeza que, no final, nem tudo será 100% por causa dos problemas com hotéis. Teremos uma situação como na África do Sul. Em algumas sedes [os torcedores] vão ter que voltar a suas bases", disse Valcke, que demonstrou estar desgastado.

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