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No Brasil, Fifa investe menos em comitê e tem lucro maior

2014
África do Sul-10 ganhou mais no ano seguinte ao Mundial anterior

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

Mais rica com o Mundial do Brasil, a Fifa tem dado menos dinheiro ao COL (Comitê Organizador Local) da Copa-2014, se comparados os números da edição nacional com a preparação da África do Sul para a Copa-2010.

Em 2011, a entidade repassou US$ 58 milhões (R$ 106 milhões) para os brasileiros.

Esse é o primeiro ano de investimento forte no comitê por ser o seguinte à realização da Copa sul-africana.

Em 2007, primeiro ano após a Copa-2006, a Fifa destinou US$ 91 milhões (R$ 166 milhões) para o comitê africano -cerca de 50% a mais.

Os sul-africanos também receberam mais antes da final do Mundial da Alemanha. Entraram em seus cofres 74 milhões de francos suíços (R$ 149 milhões) em 2005 e 2006.

Aos brasileiros, as remessas da Fifa foram de US$ 26,7 milhões (R$ 48,7 milhões) para os anos de 2009 e 2010.

Para a Fifa, porém, não é possível comparar os repasses aos dois comitês organizadores. "O modelo de financiamento mudou entre os dois", disse sua assessoria.

Não é por falta de dinheiro que o modelo foi alterado. A renda da federação internacional com a Copa em 2011 foi de US$ 910 milhões (R$ 1,7 bilhão), 20% a mais do que no mesmo período da organização da Copa de 2010.

Apesar dessa diferença de números, o COL diz não estar sentindo falta de dinheiro. Foi o comitê que determinou um orçamento em torno de R$ 800 milhões, que foi aprovado pela Fifa.

Esse orçamento foi feito em reais, enquanto o da África do Sul foi estimado em dólares. A conversão das moedas é outra justificativa da Fifa para desqualificar comparações entre os orçamentos.

O COL da Copa de 2014 informou que suas despesas estão dentro do previsto inicialmente ou, em alguns períodos, abaixo. A ordem interna no comitê é gasto mínimo.

Para isso, o COL conta com ajuda pública. O Sorteio Preliminar da Copa, realizado no ano passado, era para ser bancado pela Fifa, como estava previsto no contrato.

Mas o governo do Estado e a Prefeitura do Rio bancaram a realização do evento, que custou R$ 30 milhões. Na África do Sul, também foi feito com dinheiro público.

Há outro motivo para a diferença entre sul-africanos e brasileiros. O COL da Copa-14 tem estrutura mais enxuta.

Atualmente, conta com entre 60 e 70 funcionários.

Para se ter ideia, logo que foi montado, o Comitê da Copa-2010, na África do Sul, já contava com mais de cem empregados.

O organismo sul-africano também tinha pesada participação de membros do governo. Já a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) decidiu, desde o início, excluir o governo federal da composição do comitê da Copa-14.

Foi uma medida inédita, já que, na Alemanha, também havia membros do governo na organização do Mundial.

No período em que o COL recebeu menos recursos que a África do Sul houve briga entre o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o ex-presidente do COL, Ricardo Teixeira.

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