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Pequim-2008 tem legado perdido

OLIMPÍADA
Arenas da China geram gastos excessivos e pouco uso depois de quatro anos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Às vésperas dos Jogos de Londres, os equipamentos esportivos da Olimpíada de Pequim-2008, a antecessora, representam gastos altos de manutenção e têm pouca utilização em competições.

É o que se percebe tanto nas mais emblemáticas das sedes olímpicas quanto nas menos populares.

O Ninho de Pássaro -sede da abertura, do encerramento e do atletismo- só conseguirá recuperar seus custos em 30 anos, segundo os administradores do estádio.

O total gasto com a arena foi de US$ 480 milhões (R$ 878 milhões). O local tem recebido jogos de futebol e competições de atletismo.

Sede dos feitos de Michael Phelps na natação, o Cubo D'Água é deficitário. Nem subsídio estatal nem o parque aquático anexo à instalação são suficientes para cobrir o custo anual de US$ 1,7 milhão (R$ 3,2 milhões) em sua manutenção. Esses gastos envolvem iluminação e renovação da água.

O ponto positivo é que ambos os equipamentos se tornaram atrações turísticas na capital chinesa, com 4,6 milhões de visitantes no total.

Só que não há competições em larga escala pois o governo chinês tem como política evitar grandes aglomerações de sua população para impedir manifestações políticas.

Em outras sedes olímpicas menos conhecidas a situação é de quase total abandono.

A instalação usada nos eventos de caiaque está sendo esvaziada: a água é levada para um parque. A sede do remo é utilizada apenas em eventos esportivos pequenos.

Outros equipamentos têm administradores, como universidades, mas também penam para viabilizar renda própria para se manter.

"Foram dadas a eles essas sedes grandes... E eles não tinham experiência em gerir eventos e não puderam ter [essa experiência] antes da Olimpíada", afirmou Susan Brownell, especialista em esporte chinês na Universidade de Missouri e Saint-Louis.

Sua análise é bem diferente das projeções otimistas do ministro do Esporte chinês, Liu Pengwas, para o aproveitamento das sedes olímpicas.

"A realização bem-sucedida dos Jogos não foi apenas esplêndida para o esporte chinês... Animou uma paixão de 1 bilhão de pessoas pelo esporte", afirmou o ministro em declaração à mídia estatal chinesa no ano passado.

Sobrou a infraestrutura construída na cidade.

A melhora da qualidade do ar, proporcionada com medidas temporárias durante os Jogos, já foi anulada, e a poluição ainda é uma constante na capital chinesa.

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