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Fernanda, 41, inicia 4ª despedida

VÔLEI
Prestes a se aposentar, veterana prega fim de comparação entre gerações de levantadoras

Daniel Marenco/Folhapress
Fernanda Venturini em treino do Rio de Janeiro no Maracanazinho
Fernanda Venturini em treino do Rio de Janeiro no Maracanazinho

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Fernanda Venturini, 41, jura que agora sua aposentadoria do vôlei é definitiva.
Após 30 anos de carreira, seu canto do cisne será dado amanhã, no Maracanãzinho, onde buscará o 13º título nacional da carreira. Seu time, o Rio, enfrentará pela oitava vez o Osasco na final.

A veterana levantadora tentou se despedir das quadras em outras três ocasiões, mas acabou retornando.

Desta vez, voltou a pedido do marido e técnico Bernardinho, que tinha dificuldades para encontrar uma levantadora de alto nível no Brasil para conduzir sua equipe.

Em entrevista à Folha, Fernanda diz que o vôlei brasileiro tem que ter paciência para formar novas boas jogadoras para sua posição.

"Boas atacantes surgem o tempo inteiro porque todo mundo quer atacar, mas levantadora é que nem goleiro, só surge uma boa depois de muito tempo", afirma.

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Folha - Na sua última despedida, em 2006, o Rio foi campeão sobre o Osasco. O que você traz desse jogo?
Fernanda Venturini - Não vivo de passado. Sinceramente não tenho muitas lembranças. Lógico que foi bom por ser uma vitória, foi o 12º título, mas, se tivesse sido o primeiro, marcaria mais.

E qual a diferença entre a Fernanda de 2006 e a de agora?
Antes, meu problemas físicos não me afligiam. Agora, minha hérnia cervical gritou, teve o desgaste no meu joelho, problemas que eu já devia ter e se manifestaram.

Como você avalia seu desempenho nesta Superliga?
Acho que fui bem, mas não muito. Não treinei tanto quanto gostaria. Errei bolas que não costumava errar. Gostaria de ter saltado mais no bloqueio. Joguei no meu limite e treinei de forma bem dosada para não inchar o joelho. Mas, como sempre fui habilidosa, isso me ajudou.

As limitações te irritaram?
Em vários momentos, mas o meu quiroprata me alertou: 'Você tem 40 anos, não tem mais 20. Tem que respeitar o limite do seu corpo'. A partir desse momento, eu lidei melhor com meu desempenho.

Uma de suas missões quando voltou ao vôlei era contribuir para a formação da outra levantadora do time, a Roberta. Você acha que ela está pronta?
Mais ou menos. Ela tem que jogar. Mas acho que ela aprendeu com algumas coisas que eu ensinei. No início, ela não saltava muito. Falei para ela que levantadora tem que saltar o tempo todo.

Como contornar a escassez de boas levantadoras no Brasil?
Atacante todo ano aparece. Levantadora demora dez anos. Dani Lins e Fabíola [ambas da seleção] estão bem. Vão sempre comparar, mas Fernanda morreu, Fofão morreu. Não tem que botar toda essa pressão sobre as novas levantadoras. Além de carregar o peso de substituir a gente, elas também têm a pressão do Brasil inteiro. A gente tem que dar força porque hoje há atacantes incríveis que facilitam a vida da levantadora na seleção.

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